Um prefeito e 14 vereadores teriam furado a fila da vacina
Os nomes dos municípios ainda são mantidos em sigilo, e dos implicados ainda mais, mas o fato é que o TCE-PR (Tribunal de Contas do Estado do Paraná) já notificou um prefeito, 14 vereadores e três ex-prefeitos suspeitos de furar a fila da vacina contra a Covid-19 no interior do Estado.
As prefeituras receberam prazo de cinco dias para explicar à Corte o porquê da vacinação dos supostos fura-filas. E caso sejam confirmadas as irregularidades denunciadas, os responsáveis ficarão sujeitos a uma série de implicações legais.
O Tribunal também solicitou informações de quatro municípios sobre casos de multivacinados - quando o portador de um mesmo CPF supostamente recebe diversas doses do imunizante. Essa situação foi verificada a partir de informações fornecidas pela CGU (Controladoria-Geral da União) e pelo TCU (Tribunal de Contas da União).
IRREGULARIDADES
Segundo o coordenador-geral de Fiscalização do TCE-PR, Rafael Ayres, é altamente improvável que as possíveis ilegalidades tenham sido causadas por falhas técnicas. "Essa hipótese pode ser descartada, já que tanto os casos de agentes políticos fura-filas quanto de multivacinados ocorreram somente em municípios de médio e pequeno porte. Nenhum caso foi registrado em Curitiba, Maringá e Ponta Grossa, por exemplo", explicou.
Conforme apurado pelo Tribunal, diversos vereadores foram indevidamente vacinados na condição de "motorista de ambulância", apesar de as informações presentes nos sistemas das prefeituras não demonstrarem o exercício dessa atividade pelos parlamentares. Também foram registrados casos de agentes políticos vacinados apenas com a justificativa "outros", sem a apresentação de quaisquer informações adicionais.
Entre as diversas situações detectadas, destacam-se a de um vereador sem formação superior que foi vacinado como farmacêutico; de outro que, apesar de ser motorista do quadro de servidores do município, foi imunizado como médico; e de uma parlamentar que recebeu a vacina por ser ex-sócia de uma clínica médica pertencente ao marido. (Foto: Divulgação TCE-PR)