Nova Ferroeste influenciará diretamente 425 municípios
O caminho a ser seguindo pelos trens da nova Ferroeste, entre Maracaju (MS) e Paranaguá (PR) influenciará diretamente a economia de nada menos que 425 municípios brasileiros (925 indiretamente), que respondem por cerca de 3% do PIB (Produto Interno Bruto) do País, estimado em R$ 206 bilhões.
Mas o alcance chegará também ao Paraguai (114 municípios e 39% da população) e à Argentina (38 municípios e 1,2% da população), impactando um total de 9 milhões de pessoas. "É um projeto que nasceu no Paraná, mas é nacional. Vai melhorar e muito a logística de todo o Brasil”, diz o diretor-presidente da Ferroeste e um dos coordenadores do projeto do novo eixo ferroviário, André Gonçalves.
A previsão é que os estudos de viabilidade sejam finalizados em setembro e os estudos de impacto ambiental sejam concluídos em novembro. A expectativa é colocar a ferrovia em leilão na Bolsa de Valores do Brasil (B3), com sede em São Paulo, logo na sequência. O consórcio que vencer a concorrência será também responsável pelas obras.
O projeto busca implementar o segundo maior corredor de transporte de grãos e contêineres do País, unindo dois dos principais polos exportadores do agronegócio brasileiro. Apenas a malha paulista teria capacidade maior.
A expectativa, de acordo com os técnicos, é que pela Nova Ferroeste seja possível o transporte de 35 milhões de toneladas por ano - ou aproximadamente 2/3 da produção da região, dos quais 74% seriam de cargas destinadas para a exportação.
ECONOMIA DE R$ 700 MI
Como resultado da engenharia simultânea entre desenvolvimento de traçado e Estudo de Impacto Ambiental, o percurso planejado para receber a Nova Ferroeste garantiu uma economia estimada de R$ 700 milhões. Esse foi um dos principais resultados do estudo preliminar de demanda e traçado.
Isso se deu porque a análise técnica revelou que o melhor itinerário tem 1.285 quilômetros de trilhos ao invés dos 1.370 inicialmente projetados, o que aumenta consideravelmente a viabilidade do projeto.
O documento mostrou que o melhor itinerário para a via férrea partindo de Maracaju passa por cidades importantes dos dois estados como Amambaí, Dourados, Caarapó, Mundo Novo, todas no Mato Grosso do Sul, Guaíra, Cascavel, Guarapuava e Balsa Nova, no Paraná, antes de chegar ao Litoral. Estão previstas também a instalação de até seis terminais de transbordo e de um ramal ligando Foz do Iguaçu a Cascavel.
Economia de tempo e dinheiro, ressaltou o coordenador do Grupo de Trabalho Ferroviário do Estado do Paraná, Luiz Henrique Fagundes. Segundo ele, o desconto de R$ 700 milhões significa uma redução de cerca 3,5% dentro de um projeto estimado em R$ 20 bilhões. Fator que terá peso no processo de concessão.
“O estudo nos mostrou o traçado mais viável, aquele que torna a ferrovia mais competitiva considerando os trechos já existentes da ‘velha’ Ferroeste, como a ligação entre Cascavel e Guarapuava”, explica. (Foto: Gilson Abreu/AENPR)