Pedágio: ministro abre janela de diálogo, mas não deixa luz entrar
Mesmo que de forma velada, algumas fontes que participaram da reunião desta quinta-feira (1º) com o ministro da Infraestrutura e Logística, realizada na Prefeitura de Cascavel, se disseram decepcionadas com o posicionamento dele, que insiste em enfiar goela abaixo um projeto nocivo à economia do Paraná e totalmente suicida do ponto de vista político para o atual Governo Federal.
Tarcisio Gomes Freitas, que é engenheiro do Exército e no Governo Dilma Rousseff foi diretor executivo do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes), em momento algum se mostrou sensível ao fato de o plano gestado por sua equipe técnica ter sido definido por líderes de diferentes setores como uma espécie de assalto (mais um) aos cidadãos paranaenses.
Nas palavras do próprio ministro, que ainda hoje volta a debater o assunto em Curitiba, com o G7 e o governador Ratinho Junior, a reunião agendada pelo prefeito Leonaldo Paranhos foi somente uma"abertura de portas”, pois o debate sobre o novo pedágio ainda terá vários capítulos.
Alguns participantes, no entanto, saíram da reunião decepcionados e defendendo a tese de que o ministro realmente abriu uma janela de diálogo, mas relutou o tempo inteiro em deixar a luz entrar, pois em momento algum deu um indicativo concreto de que poderá abdicar da proposta já apresentada e rechaçada por dez entre dez paranaenses.
Em resposta à imprensa, Tarcísio sinalizou apenas que a instalação de uma praça de pedágio entre Cascavel e Toledo poderá ser revista. Por fim, pediu que as reivindicações do Oeste sejam formalizadas e enviadas a Brasília.
SEM OUTORGA
Alguns representantes do Oeste também falaram à imprensa. O presidente do POD, Rainer Zielasko, afirmou que a conversa com o ministro se resumiu no conceito do modelo do pedágio, sem considerar aspectos específicos de obras. "Apresentamos informações e considerações que nos levaram a ser contrários à outorga onerosa e ao modelo híbrido e também das razões pelas quais defendemos a menor tarifa”, afirmou. Tarcísio, por sua vez, manifestou as razões que levaram o Ministério a propor o modelo híbrido, privilegiando obras.
O presidente da Amop e prefeito de Cascavel, Leonaldo Paranhos, considerou que o encontro foi importante porque a região pôde falar com o ministro sem interlocutores. "Pudemos olhar nos olhos do Tarcísio e fazer apontamentos que fundamentam nossa decisão de defender o pedágio pela menor tarifa”, afirmou.
Durante o encontro, o presidente da Coopavel, Dilvo Grolli, apresentou números que ressaltam a importância do Paraná no contexto econômico brasileiro e mostram quanto um dos pedágios mais caros do Brasil pesa sobre os ombros do setor produtivo. A reunião contou também com a presença de representantes de entidades como Acic, Caciopar, Sindicato Rural, OAB, Amic, Sinduscon, Sociedade Rural, Codesc, Câmara de Vereadores e também do governo estadual, representado pelo secretário Sandro Alex, além de parlamentares. (Foto: Divulgação)