Comandantes militares decidem abandonar o barco de Bolsonaro
Há quase meio século (desde 1977, por ocasião da demissão do ministro do Exército na ocasião, Sylvio Frota, por Ernesto Geisel), o Brasil não enfrentava uma crise política do porte da atual entre o presidente da República e as Forças Armadas.
Contrariados com a demissão de Fernando Azevedo e Silva do comando do Ministério da Defesa, anunciada ontem por Jair Bolsonaro, os comandantes Edson Pujol (Exército), Ilques Barbosa (Marinha) e Antônio Carlos Moretti Bermudez (Aeronáutica) decidiram nesta terça-feira (30) entregar seus cargos.
Esta é a primeira vez desde 1985 que os comandantes das três Forças deixam suas funções ao mesmo tempo sem ser em período de troca de governo, o que sinaliza para um horizonte de relações difíceis entre Bolsonaro e a caserna.
REFORMA MINISTERIAL
Também nesta terça foram confirmadas as seis mudanças na equipe ministerial anunciadas ontem pelo presidente da República: Braga Netto trocou a Casa Civil pelo Ministério da Defesa, Luiz Eduardo Ramos trocou a Secretaria de Governo pela Casa Civil, a deputada Flávia Arruda assumiu a Secretaria de Governo, o delegado da PF Anderson Torres assumiu o Ministério da Justiça; André Mendonça deixou o Ministério da Justiça e assumiu a Advocacia-Geral da União e Carlos Alberto França trocou a assessoria especial da Presidência pelo Ministério das Relações Exteriores. (Foto: Marcelo Camargo/AGBR)