APS completa meio século e ganha selo comemorativo
Um selo comemorativo e uma programação que se estenderá até novembro, com várias atividades, vão marcar a passagem dos 50 anos da APS (Associação Paranaense de Suinocultores), que está completando meio século de existência nesta terça-feira (30). A entidade tem como principal missão dar apoio à suinocultura do Paraná e defender as demandas da atividade, procurando contribuir para a produção de carne suína de qualidade, com total sanidade e observando as medidas de preservação ambiental e de biosseguridade nas granjas de suínos do Paraná.
Como representante da classe suinícola paranaense, a APS tem se destacado nos últimos anos ao participar do processo que visa garantir ao Paraná um status sanitário que lhe permita competir no território nacional e no mercado internacional, avançando com as exportações da carne suína produzida no estado, fruto do trabalho de milhares de produtores, da agroindústria e das cooperativas que atuam no setor.
Ao longo da sua história, ela tem procurado fomentar a suinocultura para que a atividade fortaleça a economia de vários municípios do Paraná, onde estão localizadas cerca de 100 mil de suínos e diversas agroindústrias, com fomento e plantas frigoríficas.
PRODUÇÃO EXPRESSIVA
O Paraná é um dos maiores produtores de suínos do Brasil, dividindo a liderança com os outros estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A produção paranaense está perto de um milhão de toneladas/ano, com mais de 620 mil matrizes alojadas e um abate se aproximando de dez milhões de cabeças por ano, num mercado em ascensão, onde a suinocultura contribui com cerca de R$ 6,5 bilhões para a formação do Valor Bruto da Produção Agropecuária do Paraná.
Nesse contexto, a suinocultura paranaense gera empregos e renda, tanto no campo, com a mão de obra nas granjas, quanto na cidade, na transformação da matéria prima produzida pelos suinocultores, o que se verifica com mais intensidade nas regiões Oeste e Sudoeste, onde está a maior parte da produção suinícola do Paraná, assim como nas regiões Centro-Sul e Sul do estado. O destaque da atividade são os municípios de Toledo, atualmente o maior produtor nacional de suínos, Marechal Cândido Rondon, Entre Rios, Palotina, São Miguel do Iguaçu, Matelândia, Francisco Beltrão e Pato Branco.
O SISTEMA SUINÍCOLA ESTADUAL
O sistema suinícola representado pela APS coordena todo o trabalho em torno da atividade nas regiões produtoras de suínos, seja diretamente pela entidade estadual, ou através das suas afiliadas, as associações municipais e regionais como Suinosul (que abrange produtores da região Sul do Estado) e a Assuinoeste (que abrange mais de 20 municípios da região Oeste), dando suporte e apoio aos suinocultores e defendendo suas demandas, atuando com o objetivo de encontrar soluções para os desafios dessa cadeia produtiva de proteína animal, que tem se tecnificado e se aprimorado com o passar dos anos.
Nas suas cinco décadas de existência, a APS promoveu o bom relacionamento com as demais entidades representativas do setor produtivo, enquanto esteve envolvida com os demais personagens da cadeia suinícola, incluindo a agroindústria e o sistema cooperativo, sempre próxima dos produtores e empresas que atuam direta ou indiretamente no segmento, com vistas ao incremento da suinocultura. Isso inclui o incentivo ao aumento do consumo per capta da carne suína, participando das campanhas da ABCS (Associação Brasileira de Criadores de Suínos).
CONQUISTAS SANITÁRIAS
Em breve, o Paraná terá o reconhecimento internacional pela OIE (Organização Mundial da Saúde Animal) como Zona Livre da PSC, Peste Suína Clássica, e também como Área Livre de Febre Aftosa sem vacinação, duas grandes conquistas relacionadas ao histórico mais recente de atuação da Associação Paranaense de Suinocultores, que trabalhou incessantemente nos últimos anos, apoiando as ações adotadas pelo Governo do Estado do Paraná, através da SEAB (Secretaria de Agricultura e Abastecimento) e da Adapar (Agência de Defesa Agropecuária do Paraná), que visavam o aumento do status sanitário do estado.
O novo status sanitário do Paraná permitirá a abertura de novos mercados no exterior e consequentemente uma maior valoração do preço do suíno no estado, contribuindo para o estabelecimento de meios que garantam um preço mais justo, que é uma antiga luta da suinocultura.
Para que essas conquistas ocorressem no campo sanitário, foi instituído o Gease (Grupo Especial de Atenção às Suspeitas de Enfermidades Emergenciais), por meio da Adapar. Esse grupo está preparado para atuar no controle e erradicação de doenças de emergência sanitária, com risco de saúde dos animais de interesse da defesa sanitária, relacionada às situações de epidemia ou chegada de alguma doença exótica que venha de outro país. Com isso, se ampliaram as condições para que o Paraná possa agir rapidamente caso ocorram confirmações de doenças sanitárias animais e, assim, evitar prejuízo econômico e principalmente causar risco à saúde.
A implantação do Gease foi decisiva para influenciar positivamente nas exportações e o Paraná agora está prestes a comemorar, no próximo mês de maio, a obtenção do reconhecimento internacional como área livre da PSC.
Em paralelo à busca pelo aumento do status sanitário do Paraná, o que incluiu medidas de biosseguridade nas granjas, a APS tem dado atenção às principais demandas da suinocultura, presente nos debates que acontecem em torno de temas relacionados à sanidade animal, sustentabilidade, bem-estar animal e demais assuntos que afetam o aspecto econômico da atividade, como a garantia de preço justo e o controle nos custos de produção. Nesse sentido, também está atenta à negociação com as empresas integradoras, já que 80% da atividade está baseada no formato de negócios da integração.
Uma grande conquista, ocorrida em 2016, foi a criação da chamada Lei da Integração, que garantiu melhores condições de acompanhar o desenvolvimento do sistema integração e que o produtor integrado pudesse ter mais força nas discussões junto à agroindústria.
Outras demandas defendidas pela APS envolvem o abastecimento de milho no Brasil; abertura de linhas de crédito para investimentos em tecnificação, climatização e Bem-Estar Animal nas granjas, assim como para instalação de biodigestores e geradores, além de questões relacionadas à Defesa Agropecuária, dentro dos programas nacionais e estaduais da área. Para tanto, a entidade tem participação direta nos debates travados tanto no Paraná, como em Brasília, atuando junto à ABCS, da qual é afiliada.
Junto a essas demandas está o empenho da APS pelo aumento do consumo per capta da carne suína, a partir de uma maior divulgação quanto à saudabilidade e os benefícios da carne suína como fonte de proteína animal.
14 PRESIDENTES EM 50 ANOS
Desde que foi criada, em 1971, a APS teve um total de 14 presidentes. Atualmente ela é presidida por Jacir José Dariva, que foi antecedido pelos seguintes nomes e na seguinte ordem: Joaquim Felipe Laginski, Oswaldo Euclydes Aranha, Inivaldo Martini, Lauro Teixeira de Freitas, Sydnei Augusto Teixeira, João Luiz Seimetz, Cândido Scholl, Henrique Pedro Nesello, Sessuaf Mecissuaf Polanski, Romeu Carlos Royer, Irineu Wessler, Carlos Guesdorf e Darci Backes.