Mercado lácteo já sinaliza para recuperação de preços
Após quedas consecutivas entre o fim de 2020 e o início deste ano, o setor de lácteos começou a esboçar reação em março. As indústrias reduziram as apostas no queijo muçarela, que vinha em franca desvalorização, voltando a produção a outros derivados que estavam com melhor desempenho no mercado.
De acordo com o Conseleite-PR, a projeção é de que o valor de referência do leite padrão - usado como base na negociação entre produtores e a indústria - avance 1,78%, chegando a R$ 1,6045.
Uma das chaves para a recuperação dos preços foi a mudança no mix de comercialização dos lácteos. Em dezembro, o muçarela respondia por mais de 50% dos produtos comercializados. Com os preços desse derivado despencando mês a mês, as indústrias reduziram a produção deste item, de modo que a participação do muçarela caiu para 43,7% do mix. Paralelamente, produtos como leite spot, UHT e leite em pó - que estavam com preços em valorização - ganharam espaço.
A reação dos produtos lácteos ocorreu principalmente ao longo das duas últimas semanas. O preço médio tanto da muçarela quanto do leite UHT demonstra recuperação em março.
Outros dois derivados também obtiveram desempenhos significativos. Após sofrer desvalorização de 2,11% em fevereiro, o leite spot teve alta de 4,84% na parcial de março. Já o leite em pó tem cenário positivo, graças à supervalorização do produto no mercado internacional, o que deve trazer impactos nos preços do derivado aqui o Brasil.
“Para os próximos meses, temos que considerar um outro fator, que é a nova entrada do auxílio emergencial, que vem em valor menor ao pago no ano passado. Vamos ver de que isso impacta no mercado de lácteos”, destaca o presidente do Conseleite-PR, Ronei Volpi, que representa a Faep no colegiado. (Foto: Divulgação CNA)