Depois de passar alguns dias guardando um silêncio nada habitual, Jair Bolsonaro voltou a gerar polêmica nesta quinta-feira (18), data em que a política nacional voltou a vestir luto pela confirmação da morte cerebral  do senador paulista Major Olímpio, de 58 anos. E desta feita batendo de frente justamente com aqueles que compõem a chamada comissão de frente do combate à Covid-19.

Em conversa com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada, o presidente da República colocou em dúvida a alta ocupação de leitos de UTI por conta da pandemia. "Parece que só morre de Covid. Você pega, você pode ver… Os hospitais estão com 90% das UTIs ocupadas. Quantos são de Covid e quantos são de outras enfermidades?“, questionou, como se desconhecesse o fato de os índices divulgados diariamente serem especificamente de leitos específicos para UTI Covid, já que estes pacientes não podem ficar no mesmo ambiente dos portadores de outros tipos de doença.

E como de praxe, Bolsonaro voltou a condenar o isolamento social empregado não só no Brasil, mas no mundo todo. "Lógico que a gente quer solução, a gente lamenta qualquer morte. Agora, por que existiu lockdown? Foi março, abril [do ano passado], não era para alongar curva? Ninguém esqueceu, pessoal não fala mais em alongar curva. Não era para não ter um grande quantidade de pessoas infectadas para não ficar gente na porta do hospital?”, completou.

O SUL SE CONSORCIA

Enquanto o presidente levanta dúvidas sobre os verdadeiros números da pandemia, que já matou 285 mil brasileiros, na Região Sul do País o quadro é tão complicado que ontem os governadores do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul formaram uma espécie de consórcio para lutar conjuntamente na tentativa de minimizar a gravidade do momento.

Pelo entendimento, os três Estados farão uma espécie de consórcio para aquisição conjunta de insumos, medicamentos e vacinas e para que um possa socorrer o outro nos casos em que houver falta de vagas de UTI Covid. (Foto: Antonio Cruz/AGBR)