Segundo a Faep (Federação da Agricultura do Estado do Paraná), de 2019 para cá os produtores paranaenses têm registrado um número crescente e assustador de lavouras infestadas pela cigarrinha do milho (Dalbulus maidis), inseto que se esconde no cartucho da planta inoculando agentes que causam doenças que levam à redução significativa da produção. Em alguns casos o prejuízo chega a 70%.

Desta forma, a performance histórica da safra 2019/20, quando o Estado colheu 15,5 milhões de toneladas do cereal, pode não se repetir nesta temporada. Pior, pode colocar em risco um momento ímpar da agricultura paranaense, quando o grão está bastante valorizado, permitindo a capitalização dos produtores.

Diante disso, diversas instituições de pesquisa, órgãos de governo e representantes do setor produtivo, incluindo o Sistema Faep/Senar, estão debruçados sobre este problema em busca de soluções conjuntas. O objetivo é levar informação técnica de qualidade para o campo para preparar os produtores, que até pouco tempo atrás conviviam de forma pacífica com o inseto, a combatê-lo com todas as armas disponíveis.

"A melhor estratégia para combater a cigarrinha é pensar em soluções conjuntas e nunca de forma isolada. A pesquisa vem demonstrando que ações combinadas e adotadas em nível regional, como plantio sincronizado e rotação de cultivares, podem ter bons resultados", afirma Ana Paula Kowalski, técnica da Faep.

O coordenador do programa de vigilância e prevenção de pragas em cultivos agrícolas e florestais da Adapar, Marcílio Martins Araújo, a cigarrinha já está presente em todo Paraná. A Adapar coletou 64 amostras em diversas regiões, em novembro de 2020, e constatou que 40% do total estavam contaminados com enfezamentos pálido e vermelho. "Todas as regiões produtoras comerciais de milho têm a doença", sentencia ele.

CARTILHA

Uma das armas encontradas para enfrentar a cigarrinha do milho e as doenças por ela transmitidas é a conscientização dos produtores. Desta forma, a cartilha"Manejo da Cigarrinha e Enfezamentos na Cultura do Milho?, desenvolvida pela Embrapa Milho e Sorgo com apoio do Sistema Faep/Senar-PR, em parceria com Sistema Ocepar, Adapar, Embrapa Milho e Sorgo e o IDR-PR (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná), traz uma série de informações sobre o comportamento do inseto no campo, as doenças que ele transmite, as principais formas de detecção e, principalmente de controle da praga. A cartilha está disponível gratuitamente aqui.