Bolsonaro diz em Foz que faz um governo com visão de futuro
O presidente Jair Bolsonaro lançou oficialmente, nesta quinta-feira (25), em Foz do Iguaçu, o projeto de revitalização do sistema de HVDC (Corrente Contínua de Alta Tensão) de Furnas, com aporte de R$ 1 bilhão da margem brasileira de Itaipu. O sistema é responsável pela transmissão de parte da energia produzida pela hidrelétrica para abastecer os principais centros consumidores do País, como Rio de Janeiro e São Paulo.
O termo de compromisso foi assinado pelo diretor-geral brasileiro de Itaipu, general Joaquim Silva e Luna, e pelo diretor-presidente de Furnas, Pedro Eduardo Fernandes Brito. Na mesma cerimônia, o ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque, assinou a portaria que aprova o Plano Decenal de Expansão de Energia até 2030, um documento publicado anualmente pelo Ministério de Minas e Energia com as perspectivas de expansão do setor de energia no horizonte de dez anos.
A solenidade ocorreu na subestação Foz do Iguaçu de Furnas e reuniu ainda o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno; o governador do Paraná, Ratinho Junior; o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior; o prefeito de Foz do Iguaçu, Chico Brasileiro; e o general João Francisco Ferreira, indicado para assumir o cargo de diretor-geral brasileiro de Itaipu - entre outras autoridades.
O anúncio oficial ocorre às vésperas do aniversário de Furnas, que completa 64 anos no domingo (28). Também foi o primeiro encontro pessoal entre o presidente e Silva e Luna após a indicação do general por Bolsonaro para a presidência da Petrobras, função na qual ele deverá tomar posse nos próximos dias.
VISÃO DE FUTURO
Em seu discurso, Jair Bolsonaro lembrou da visão de futuro dos governos militares que construíram Itaipu e que seu governo tem a mesma preocupação, como demonstra o investimento na revitalização do sistema HDVC. "O meu governo prima pela previsibilidade, pela capacidade de se antecipar a problemas e ter visão de futuro. E este projeto é resultado da liberdade de iniciativa que vocês (gestores da Itaipu e Furnas) têm", disse o presidente, que elogiou a gestão do general Silva e Luna à frente da Itaipu. "É uma gestão ímpar, que colocou a binacional no rumo da prosperidade, colaborando com o governo estadual e com mais de 30 prefeituras, com uma visão social", assinalou.
Bolsonaro também agradeceu a Silva e Luna por ter aceitado o convite para presidir a Petrobras e afirmou que "uma estatal, seja qual for, tem que ter a sua visão social". "Não podemos admitir um presidente de uma estatal que não tenha esse olhar", concluiu.
O ministro Bento Albuquerque destacou que o governo Bolsonaro está realizando obras de grande importância para o País, algumas paradas ou que nem chegaram a sair do papel. E que, como no caso desta revitalização, não representarão "nem um centavo a mais para o consumidor". "Nos próximos 10 anos, o Paraná e o Brasil receberão investimentos de R$ 2,7 trilhões no setor de energia, dos quais R$ 2,3 trilhões para petróleo, gás natural e biocombustíveis e R$ 365 bilhões para a geração centralizada e distribuída", garantiu.
Ratinho Junior, por sua vez, agradeceu os investimentos e a parcerias com o governo federal, ressaltando o peso do Paraná para o setor elétrico nacional (o Estado responde por 18% da geração no País) e as realizações da gestão Silva e Luna na Itaipu. "Nunca a Itaipu investiu tanto para o desenvolvimento estratégico do Paraná. Nesse curto espaço de tempo, deixou uma marca histórica", disse o governador.
SEGURANÇA ENERGÉTICA
O convênio para a atualização do sistema HVDC de Furnas já foi assinado e o primeiro repasse, de R$ 161 milhões, feito no final de dezembro. As obras têm duração prevista de 60 meses. "A modernização é importante e necessária porque dará maior robustez e segurança ao sistema elétrico nacional", defendeu o general Silva e Luna.
O presidente de Furnas, Pedro Eduardo Fernandes Brito, destacou a importância desse investimento em um momento histórico para a empresa. "Esta subestação está chegando a 36 anos e, desde sua inauguração, vem cumprindo com eficiência, qualidade e responsabilidade essa complexa missão que é escoar a energia produzida por Itaipu", afirmou.
"Nos próximos cinco anos, concluiremos essa obra que ampliará a confiabilidade do sistema elétrico nacional e representará um novo marco para a engenharia brasileira. Esse modelo de parceria iniciado pelo general Silva e Luna tem o potencial de transformar o Sul do Brasil num grande polo de inovação. Então, por que não transformar esta região em uma espécie de Vale do Silício da Energia", completou.
INVESTIMENTO ESTRATÉGICO
O sistema HVDC tem aproximadamente 800 km e conecta as subestações de Foz do Iguaçu e Ibiúna (SP). Ele é responsável pela transmissão da energia produzida pela Itaipu em 50Hz (frequência utilizada no Paraguai) e que não é consumida pelo país vizinho, sócio no empreendimento binacional. Em Ibiúna, a energia é convertida para corrente alternada de 60Hz (padrão brasileiro).
Será a primeira reforma de grande porte deste sistema, que começou a operar há 36 anos. Por ele, já passaram 1,18 bilhão de MWh (megawatts/hora) dos mais de 2,7 bilhões MWh produzidos pela Itaipu desde 1984, quando começou a produzir energia (43% do total).
O HVDC é considerado estratégico tanto para os paraguaios (porque garante acesso ao mercado brasileiro) como para o Brasil, por permitir que a energia de Itaipu chegue aos principais centros consumidores do País. A subestação de Ibiúna está localizada a menos de 100 km do centro da cidade de São Paulo.
OBRAS ESTRUTURANTES
O investimento em Furnas se soma aos mais de R$ 1,5 bilhão que estão sendo aplicados pela Itaipu em uma série de obras de infraestrutura, conforme diretriz do governo Jair Bolsonaro. Entre elas, estão a nova ponte internacional entre o Brasil e o Paraguai, a ampliação da pista de pouso e decolagens do Aeroporto Internacional do Iguaçu e a duplicação da BR-469, a Rodovia das Cataratas, principal corredor turístico da região.
Outro investimento anunciado no início de fevereiro é a revitalização da BR-487, a Estrada Boiadeira, uma das principais ligações do Paraná com o Mato Grosso do Sul. "São obras estruturantes, que abrem frentes de trabalho e movimentam a economia, num momento tão importante de retomada do crescimento. E que ficarão como legado para as futuras gerações", afirmou Silva e Luna. (Foto: Rubens Fraulini/Itaipu)