Cigarrinha vira pesadelo para os produtores de milho
O Sindicato Rural de Cascavel está fazendo um alerta aos produtores rurais sobre os riscos apresentados pela cigarrinha do milho. Vetor da doença conhecida como enfezamento, o inseto já causou prejuízos em de até 100% em algumas lavouras da safra de verão."O milho safrinha ou milho 2ª safra está sendo plantado agora. O controle começa desde já e todos precisam fazer a sua parte?, orienta Paulo Orso, presidente do Sindicato Rural de Cascavel.
Relativamente nova no Oeste paranaense, a praga vem causando problemas graves nas lavouras. De acordo com a Embrapa, o controle tanto do inseto vetor quanto da doença é difícil e exige o engajamento de todos os produtores.
Levantamento dos órgãos públicos do Paraná da agricultura em 200 pontos de 50 municípios de todas as regiões produtoras do Estado mostra que, entre novembro e dezembro de 2020, a cigarrinha foi encontrada em 48% das amostras."Identificou-se a ocorrência de cigarrinhas e do complexo de enfezamento do milho em todas as regiões produtoras de milho do Estado, na primeira safra de 2020/21, fato este não observado em safras anteriores?, diz a Nota Técnica da Seab (Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná)
Segundo Jovir Esser, economista do Núcleo Regional de Cascavel do Deral (Departamento de Economia Rural), dados recebidos até agora sobre a colheita da safra de verão contabilizam perdas elevadas na produtividade em diferentes municípios.
Uma das vítimas foi o produtor rural Haroldo Stocker. Ele plantou 10 alqueires de milho em São João do Oeste, em Cascavel."A cigarrinha matou metade da minha lavoura, e a outra parte também está comprometida, com 33% de umidade. Fizemos o controle químico oito vezes, e não adiantou?, lamentou.
ESFORÇO CONJUNTO
Para controle da cigarrinha e dos enfezamentos não há estratégia única e muito menos isolada. As medidas de manejo combinadas precisam ser adotadas em âmbito regional para garantir a eficiência.
Entre elas estão: evitar plantio de outras gramíneas sobre milho, eliminar o milho tiguera ou guaxo no mínimo duas semanas antes da semeadura, tratar as sementes com inseticidas, pulverizar a lavoura no início para reduzir os níveis de incidência, utilizar sementes com resistência genética aos enfezamentos e fazer o controle biológico para diminuir população de insetos.
?É fundamental que o produtor faça sua parte. Converse com sua assistência técnica, com seus vizinhos. A cigarrinha pode virar uma espécie de ferrugem asiática da soja na produção de milho. Não podemos deixar isso acontecer?, comentou Orso. (Foto: Divulgação Sindicato Rural)