Solução sobre pedágio é algo complexo, alerta Coronel Lee
"Não é uma discussão simples e nem uma decisão que deva ser tomada sem medir todas as consequências. São alguns dias de audiências públicas que definirão as próximas três décadas da vida do cidadão paranaense. É uma decisão que afetará diretamente até os nossos netos", alerta o deputado cascavelense Coronel Lee, que nesta quinta-feira (18) volta a debater o assunto na audiência pública de Guarapuava, a quinta sobre o tema.
É por ser algo tão delicado que a Assembleia Legislativa do Paraná criou uma Frente Parlamentar, segundo ele. Nos lugares por onde passou, a Frente ouviu quase que a mesma coisa das entidades de classes e representantes da sociedade civil organizada:"Queremos um pedágio bem mais barato e com as obras necessárias".
Esse é um assunto que tem causado pânico ao cidadão paranaense, uma vez que nos últimos 25 anos o pedágio no Estado tem sido o mais caro do País. "Não podemos admitir mais isso. Para termos ideia, as praças da Econorte, em Jataizinho, Jacarezinho e Sertaneja, passaram dos 25 reais recentemente. Para quem desce ou volta do Litoral, o valor passa dos 20. Isso não podemos mais admitir, é um absurdo", frisa o parlamentar.
Para Coronel Lee, uma primeira medida seria a transparência em todo o processo. "No nosso entendimento ficou claro que o modelo atual, onde toda a arrecadação entra num caixa só, não funciona. Isso dá margem à criminalidade, sem saber o que é gasto e aonde é gasto. Isso ficou evidente na auditoria realizada pela intervenção da Polícia Militar nas concessionárias do pedágio em 2018. A primeira medida seria termos dois caixas, um específico para as obras a serem realizadas, outro para a manutenção. Claro, isso são ideias que apresentamos nas audiências públicas. No final, que a vontade popular seja atendida, e ela caminha para que seja, óbvio, para o menor preço, sem perder a continuidade da manutenção dos trechos e a realização das duplicações e obras necessárias", frisa.
O MODELO PROPOSTO
A nova proposta do pedágio, defendida pelo Ministério da Infraestrutura, mantém a cobrança de taxa de outorga e limita o desconto máximo que os concorrentes podem apresentar. No documento entregue à bancada federal paranaense, o primeiro critério da licitação é o desconto nas tarifas. Esse desconto está fixado entre 15% a 17%, dependendo do lote. O estudo apresentado prevê a licitação de mais de 3,3 mil quilômetros de rodovias estaduais e federais em seis lotes, com a manutenção das praças de cobrança existentes atualmente e criação de mais 15, dentre elas uma entre Cascavel e Toledo, uma entre Cascavel e Capitão Leônidas Marques, uma entre Guaíra e Terra Roxa, uma entre Guaíra e Mercedes e outras duas na Região Sudoeste. A previsão é de que sejam investidos R$ 42 bilhões e que em 10 anos sejam duplicados mais de 1,8 mil quilômetros.
É consenso entre os membros da Frente Parlamentar que este modelo não é o melhor para o Estado. Os deputados estaduais defendem que seja adotada uma modelagem de licitação que preveja as menores tarifas com o maior número de obras. "Não deixaremos de buscar a vontade das regiões, mas uma coisa é certa: não podemos mais admitir abusos como temos sofrido nas últimas décadas. Disso depende nosso futuro", conclui Coronel Lee. (Foto: Diego Kruger/Assessoria)