Comemoração discreta
Quem priva de certa intimidade com Gleisi Hoffmann sabe que ela hoje estaria fazendo uma espécie de "carnaval" se a absolvição sua e do marido Paulo Bernardo no processo sobre o milhão de dinheiro público que teria saído dos cofres da Petrobras para irrigar sua campanha ao Senado em 2010 fosse o atestado de boa conduta de que precisa para dar sequência à sua carreira política. A discrição com que celebrou o resultado do julgamento de ontem da Segunda Turma do STF (a mesma que semana que vem vai decidir sobre o pedido de liberdade de Lula) tem justificáveis motivos. Acontece que ela é alvo de outras duas denúncias do Ministério Público Federal e de uma investigação da Polícia Federal. Em nenhum desses casos Gleisi já foi denunciada, é verdade, mas não deverá tardar o momento em que terá de dar as devidas explicações.
Pagando uma...
A lealdade também tem preço. Que o diga o deputado estadual oestino Nereu Moura, condenado pelo Tribunal de Justiça a devolver alguns milhares de reais que teriam sido repassados por seu gabinete, na época em que era líder do MDB na Assembleia Legislativa do Paraná, a uma funcionária que foi nomeada, mas jamais apareceu para trabalhar.
...conta de Requião
Acontece que a tal "fantasma" era Elza Chrispim, ninguém menos que a empregada doméstica do senador Roberto Requião. Nereu vai recorrer e aposta que será inocentado porque, segundo ele, recebeu o gabinete da liderança com uma estrutura de pessoal já montada e que a sua assinatura na contratação foi fraudada.
Repeteco
Depois da vereadora Nanci Rafain, de Foz do Iguaçu, agora um professor da rede estadual de ensino do Paraná é acusado de sair de licença médica para curtir a vida sem prejuízo do salário. Norberto Pilon pediu (e conseguiu) afastamento de 60 dias mediante apresentação de atestado médico, mas está na Rússia curtindo a Copa do Mundo.
Ideia certa...
Os deputados federais Fernando Giacobo (Paraná) e Nilton Leitão (Mato Grosso) prometem protocolar nesta semana ainda uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional) para reduzir o número de cadeiras na Câmara Federal, de 513 para 393, e também do Senado, de 81 para 51. A alegação é de que se faz necessário "cortar na própria carne" para criar o ambiente necessário a que o Brasil saia do atoleiro em que se encontra.
...na hora errada
Há muito os brasileiros pedem isso, pois a máquina pública mais parece um elefante balofo que só anda para trás. Acontece que uma proposta desse tipo num período pré-eleitoral cheira a mero oportunismo, até porque não poderá ser implementada já na próxima legislatura.
Leis pífias
A Comissão de Revisão e Consolidação da Assembleia Legislativa do Paraná aprovou hoje parecer pela revogação de nada menos que 1.175 leis que tratam da concessão de algum tipo de pensão e de 3.179 normatizações sobre créditos orçamentários. Motivo: nem deveriam ser implantadas, pois sequer saíram do papel.
* Pílulas
* O anão Tanajura e o folclórico Moacir Maria já estão gastando sola de sapato à cata de votos como pré-candidatos a deputado federal por Cascavel. * E no Bar do Nelson, uma espécie de termômetro da política local, já tem gente apostando que ao menos um deles fará mais votos na cidade do que Alfredo Kaefer e Nelson Padovani. * Sete deputados federais paranaenses e a única senadora do Estado ficaram de fora da lista prévia de votação do Prêmio Congresso em Foco, uma espécie de Oscar da Política brasileira. * Motivo: respondem a um monte de processos judiciais. Num tempo em que se cobra ficha limpa dos políticos, não dá para entender porque estão lá em Brasília. * O Complexo Médico-Penal de Pinhais, considerado a prisão da Lava Jato no Paraná, ganhou mais um hóspede ilustre. * Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, foi trazido hoje de Brasília para continuar cumprindo a pena de seis anos de prisão a que foi condenado por lavagem de dinheiro. * Pela compra de Pasadena, a Comissão de Valores Mobiliários abriu um processo contra os 12 integrantes do conselho de administração da Petrobras na época, incluindo Dilma Rousseff. * A aquisição da refinaria norte-americana, feita em 2006, provocou prejuízo de US$ 792 milhões para a estatal, segundo os cálculos do TCU.