Um estudo produzido pela Frente Parlamentar do Pedágio da Assembleia Legislativa mostra os absurdos do atual sistema de concessão, bem como os erros e fragilidades do modelo planejado pelo Governo Federal para as estradas paranaenses.

O documento vem sendo apresentado pelo deputado Luiz Claudio Romanelli na abertura das audiências públicas organizadas pela frente - as duas primeiras foram realizadas no último fim de semana, em Cascavel e Foz do Iguaçu, e as próximas duas serão quinta (11), em Londrina, e sexta-feira (12), em Cornélio Procópio.

O levantamento mostra que o novo modelo pensado pelo Governo Federal não tem nada de novo e coloca o Paraná, novamente, refém de um pedágio com tarifas escorchantes. Entre os problemas apontados estão a cobrança de taxa de outorga, o teto máximo de 15% para os descontos nas tarifas, o degrau tarifário de 40% para pistas duplicadas e o próprio custo do modelo. O Ministério da Infraestrutura calcula que em 30 anos o modelo gere R$ 156 bilhões de receitas. Desse valor, R$ 42 bilhões são investimentos e outros R$ 34 bilhões para despesas operacionais.

"É um modelo caro por si só. Apenas 27 % do que for pago pela economia paranaense reverterá em duplicações, contornos, viadutos e terceiras-faixas. Restam R$ 80 bilhões que estão diluídos em impostos, lucros e outros gastos", garante Romanelli."Parece que estamos repetindo o filme. Uma reprise amarga para a economia paranaense. Queremos um modelo com tarifas justas e obras. Com a licitação pelo critério do menor preço, como ocorreu em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul para que tenhamos um pedágio que seja indutor do desenvolvimento regional, que aumente a competitividade dos nossos produtos", acrescenta o parlamentar.

O deputado cascavelense Gugu Bueno, por sua vez, destacou na primeira sessão da semana da Assembleia Legislativa a intensa participação nas audiências realizadas em Cascavel e Foz do Iguaçu, elogiando a decisão do governador Ratinho Junior de pedir a não implantação de uma praça de pedágio entre Cascavel e Toledo e dando coro às vozes discordantes do modelo proposto.

ALVARO SE POSICIONA

Após receber cópia do documento de mais de uma centena de entidades da Região Oeste entregue na semana passada ao presidente Jair Bolsonaro, em Cascavel, Alvaro Dias também se manifestou favorável ao pedágio pelo menor preço e não o sugerido pelo Governo Federal.

Em ofício ao ministro da Infraestrutura, Tarcisio de Freitas, o senador paranaense alertou que o modelo que está sendo proposto pode levar à implantação"de um sistema mais oneroso que o atual". (Foto: AENPR)