AGC sugere que Congresso decida polêmica do auxílio-moradia a juízes
Em três meses de negociação, representantes dos magistrados brasileiros não chegaram a um entendimento sobre o polêmico pagamento de auxílio-moradia com a AGU (Advocacia-Geral da União), que enviou o processo de volta ao STF (Supremo Tribunal Federal).
Em manifestação remetida ministro Luiz Fux, relator do tema no STF, a AGU disse que uma solução sobre o impasse em torno do benefício, hoje no valor de R$ 4,3 mil, deve ser alcançada via Congresso Nacional.
Para que o auxílio-moradia seja reduzido ou extinto, a AGU sugere a aprovação de uma PÉC (Proposta de Emenda à Constituição) criando outro benefício a magistrados, ligado ao tempo de serviço, numa espécie de compensação.
Outra alternativa, segundo a AGU, seria o Legislativo aprovar um aumento no teto salarial do funcionalismo público, o que permitiria um reajuste nos proventos de juízes. O ideal é que um projeto de lei neste sentido seja enviado ao Congresso pela presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, opinou o órgão.
LIMINAR
Atualmente, uma decisão provisória do ministro Luiz Fux, proferida em setembro 2014, garante o pagamento do auxílio-moradia a todos os juízes do país, estaduais ou federais. Como não é considerado oficialmente como remuneração, o auxílio não entra no cálculo do teto constitucional vigente sobre o salário de todos os servidores públicos, que não pode ultrapassar os proventos recebidos por ministros do STF, atualmente de R$ 33,7 mil.
Em decorrência de benefícios como o auxílio-moradia, praticamente em todos os tribunais há magistrados que recebem acima do teto, indicam dados sobre as folhas de pagamento divulgadas pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça).