Preços de produtos lácteos começam 2021 em queda
Após uma alta consolidada em dezembro, os preços dos produtos lácteos mais comercializados no Paraná sofreram uma queda significativa em janeiro, de acordo com a Faep (Federação da Agricultura do Estado do Paraná). O movimento do mercado está relacionado aos altos volumes de estoques que as indústrias mantinham no final de 2020, o que fez com que o varejo pressionasse para pagar menos pelo produto.
Essa oscilação foi apresentada em reunião virtual do Conseleite-PR (Conselho Paritário Indústria/Produtores de Leite do Paraná), realizada nesta terça-feira (26) e que aprovou o valor de referência projetado para janeiro em R$ 1,6765, para o litro de leite padrão - o que corresponde a uma queda de 9,95% em relação ao projetado em dezembro.
"Começamos 2021 da mesma forma que terminamos o trimestre anterior: em um cenário de incertezas, com grande volatilidade de preços, com os reflexos da pandemia ainda pesando nos mercados", disse o professor José Roberto Canziani, da UFPR (Universidade Federal do Paraná), um dos responsáveis pelo levantamento de mercado."Com um estoque maior do produto, a indústria teve que ceder ao varejo nos preços?, acrescentou.
A volatilidade dos preços começou em outubro do ano passado. Em dezembro, os produtos lácteos se recuperaram, valorizando-se, em média, 3,60%. Agora, no entanto, em razão da maior oferta, os principais itens do mix de comercialização do Paraná - leite UHT, mussarela, queijo prato e leite spot - tiveram queda considerável, provocando o recuo do valor de referência do leite - que é usado como base nas negociações entre indústria e produtores. Apesar disso, o preço de todos esses produtos começa 2021 em um patamar bem mais elevado em relação a anos anteriores.
O UHT, por exemplo, recuou 12,46%, por causa dos estoques disponíveis na indústria. Principal item do mix de comercialização, o muçarela viu seu preço cair 10,87%. O queijo prato, por sua vez, teve desvalorização de 6,01%, enquanto o leite spot sofreu queda de 14,03%. Conforme o levantamento, o comportamento de mercado foi generalizado em praticamente todas as empresas consultadas.
Entre outros produtos com volume bem menor de comercialização, o resultado foi diverso. O provolone e do iogurte, por exemplo, tiveram altas de 3,73% e 1,16%, respectivamente. O creme de leite, por sua vez, teve alta de 3,30%, chegando ao seu maior valor histórico. Em contrapartida, outros produtos, como o leite em pó e o requeijão sofreram quedas, de 13,01% e 2%.
O presidente do Conseleite-PR, Ronei Volpi, alertou que o momento é de serenidade, sobretudo em razão do cenário de incertezas. "No primeiro semestre, ainda devemos ter muitas complicações em função da pandemia e de mudanças internacionais - com a eleição americana - e em questões políticas, com a votação de reformas. Todo o setor acompanha com expectativa o desenrolar dos acontecimentos", disse. (Foto: Divulgação Faep)