O lado bom da pandemia
Acredite: o título não está equivocado. É possível, sim, extrair algum alívio da pandemia que assola o Brasil além da chegada da vacina, por ironia do destino de origem chinesa e objeto de disputas políticas que só fazem elevar a incerteza sobre o futuro do País a persistir o modus operandi de grande parcela da atual classe governante.
Refiro-me especificamente ao levantamento dos gastos da bancada federal paranaense com o chamado "cotão", verba que a Câmara disponibiliza a cada um de seus integrantes para custeio das despesas típicas do exercício do mandato, como aluguel de carro e escritório, passagens aéreas, alimentação e combustível.
As despesas acumuladas por nossos 30 representantes em 2020 somaram R$ 9.164.621,14, uma fortuna, mas ainda assim praticamente 20% menores que as de 2019, que totalizaram R$ 11.432.679,03. Foi tudo efeito da pandemia, que está permitindo aos parlamentares legislar de seus redutos eleitorais e, com isso, economizar principalmente em voos de ida e volta entre seus redutos eleitorais e Brasília.
E adivinhe quem teve o gasto mais "pandêmico" no período? Ela: a deputada Gleisi Hoffmann, com um total de R$ 447.410,90 - média superior a R$ 18,6 mil por mês. Na sequência aparecem Boca Aberta (R$ 442.769,57), Zeca Dirceu (PT R$ 440.404,71), Evandro Roman (R$ 439.699,97) e Enio Verri (R$ 410.217,62). Fernando Giacobo, outrora um dos mais gastadores, desta feita apareceu na nona colocação (R$ 377.007,45), seguido de outros dois representantes da Região Oeste: Sergio Souza (R$ 371.652,73) e Vermelho (R$ 363.342,00). O gasto de Hermes Parcianello (R$ 301.820,93) foi mais de 30% menor que o dos primeiros colocados. E o oestino que gastou menos foi José Carlos Schiavinato (R$ 226.784,93).