Não ao pedágio extorsivo
De maneira bem oportuna, na medida em que os contratos atuais se encerram antes do fim deste ano, estudo realizado por um movimento composto por denominações religiosas, sindicatos, entidades e universidades do Norte do Paraná acaba de confirmar quão maléfico é, para o Paraná, o modelo de pedágio que vigora no chamado Anel de Integração há mais de duas décadas.
"A síntese descreve como funcionava a corrupção, o conluio, o superfaturamento das tarifas, a manipulação de planilhas e dados, o descumprimento das cláusulas contratuais e o lucro escandalosamente alto que sangrou a economia estadual", resumiu o deputado Luiz Cláudio Romanelli após ler o relatório, segundo o qual um engendrado esquema montado pela Econorte foi replicado pelas demais concessionárias.
O estudo se baseou em mais de 100 artigos e publicações e 80 documentos entre contratos, aditivos, auditorias, estatísticas de acidentes e levantamentos de frotas de veículos. Foram pesquisados mais de 20 processos judiciais e lidas mais de oito mil páginas.
Vários tópicos componentes da planilha de custos foram negligenciados pelas autoridades encarregadas de fiscalizar os contratos, de acordo com o estudo, entre eles fluxo subestimado de veículos nas rodovias e preços de serviços superfaturados.
"Não é possível mais aceitar aquilo que seja inaceitável", sentencia o movimento, integrado inclusive pela Diocese de Cornélio Procópio e que defende que as atuais concessionárias, seus proprietários e dirigentes devem ser impedidos de participar dos próximos certames.