Principal esperança da população brasileira na luta para evitar que a corrupção dos homens públicos continue sendo varrida para debaixo do tapete, a Lava Jato corre sérios riscos. A Câmara dos Deputados atingiu ontem o quórum de 1/3 necessário para instaurar uma CPI destinada a investigar supostas irregularidades cometidas durante a operação.

Oficialmente, o número de assinaturas já alcançou 190 - 19 a mais que o necessário - e a criação da comissão depende agora do presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia. Dentre os 30 integrantes da bancada paranaense, nove assinaram: Alfredo Kaefer, Assis do Couto, Enio Verri, João Arruda, Osmar Serraglio, Ricardo Barros, Rubens Bueno, Toninho Wandscheer e Zeca Dirceu.

Desses, dois já se confessaram arrependidos. "Eu não fazia conta que era essa a situação. Abordam a gente no corredor pedindo apoio para CPI e quando você vê está assinando. Todo mundo foi enganado", justificou o cascavelense Alfredo Kaefer, prometendo pedir a retirada de sua assinatura.

Já Rubens Bueno alegou ter assinado o requerimento por entender que a CPI só trataria do caso envolvendo a atuação de advogados acusados de cobrar taxas de proteção aos delatores, mas que, se vier a compor a CPI, sua atuação será em defesa da Lava Jato.

POR PARTIDO

Proposta pelo deputado petista Paulo Paim, a CPI da Lava Jato tem no PT sua principal base de apoio. Nada menos que 57 deputados do partido de Lula e Gleisi Hoffmann assinaram o pedido. Na sequência vêm PP (35 assinaturas), MDB (34), PCdoB (9), PSB (9), PSD (7), PR (6), PDT (6), PSol (5), PRB (5), DEM (4), Solidariedade (3), PPS (2), Avante (2), Podemos (1), PSC (1) e PSDB (1). (Foto: Arquivo)