Faep alerta: uso de EPIs é indispensável no campo
Um dos principais temas da mais recente edição do Boletim Informativo da Faep (Federação da Agricultura do Estado do Paraná) dá ênfase à necessidade do uso de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) durante a aplicação de produtos agroquímicos nas lavouras.
Desde que esses equipamentos passaram a fazer parte do dia a dia da produção rural, existe uma grande preocupação em orientar produtores e trabalhadores para a utilização, bem como para a atenção a outras regras de segurança, temas que têm sido o foco de vários cursos da Embrapa e outras empresas e entidades ligadas ao campo.
Estudos indicam que uma vez cumprido o requisito de segurança (a utilização do EPI), o risco da utilização destes produtos não é maior do que o risco que existe ao consumir um medicamento ou dirigir um automóvel, por exemplo. "É um agente químico? Sim. É perigoso? É. Assim como é perigoso o consumo de bebida alcoólica, como é perigoso manipular combustível ou tecnologia automotiva, que mais mata hoje em dia. Se a pessoa toma muito remédio [que mais intoxica hoje no Brasil] também terá problema. Então, se utilizar corretamente [o produto agroquímico], o risco de um efeito agudo a curto prazo, ou crônico a longo prazo, é praticamente inexistente", afirma o professor-doutor Angelo Zanaga Trapé, médico toxicologista com mais de 40 anos de atuação nesta área.
Ao longo destas quatro décadas que andou pelos quatro cantos do País, Trapé não encontrou efeitos crônicos por exposição ou intoxicação aguda ocupacional (aquela que ocorre durante o trabalho) pelo uso desses produtos. "As intoxicações ocupacionais no Brasil têm caído drasticamente, por uma série de fatores, como, por exemplo, comunicação maior, acesso à informação, trabalho das empresas, das secretarias e das universidades no sentido de orientar os agricultores a utilizar o EPI e outras tecnologias adequadamente".
De acordo com Trapé, as intoxicações por defensivos químicos não estão relacionadas com o trabalho na terra. "Dos óbitos que são registrados, 99% são de origem intencional, ou seja, tentativa de suicídio ou de homicídio. O óbito ocorre quando o indivíduo ingere um produto destes, que não é feito para ser ingerido obviamente", observa.
REGRAS DE SEGURANÇA
Para que o uso desta tecnologia ocorra de forma segura, é indispensável que as regras de segurança sejam observadas. Nesse contexto, uma contribuição importante veio por meio da Norma Regulamentadora 31, que tem como objetivo estabelecer os preceitos de segurança no ambiente de trabalho.
A normativa estabelece, dentre outros pontos, que é de responsabilidade do empregador fornecer gratuitamente os EPIs aos seus empregados e exigir que os mesmos utilizem o equipamento de proteção. Na visão de Trapé, houve um avanço significativo nas tecnologias utilizadas na confecção destes equipamentos de segurança.
Depois do uso, alguns cuidados devem ser observados. O primeiro é lavar o EPI individualmente, sem nenhuma outra peça de roupa junto. Outro ponto que merece atenção é passar o EPI com ferro quente após a lavagem. (Foto: Divulgação Jacto)