Chega ao fim o benefício que livrou milhões da fome
O calendário de pagamentos do auxílio emergencial, lançado em abril pelo governo federal e que livrou da fome milhões de brasileiros durante a pandemia, se encerra nesta terça-feira (29), quando a Caixa Econômica Federal deposita a última parcela a 3,2 milhões de pessoas.
Uma corrente no Congresso Nacional tem defendido sistematicamente a prorrogação do benefício por mais dois ou três meses, mas até o momento não há qualquer indicação de que isso será feito. Ao contrário, o ministro Paulo Guedes tem reafirmado sistematicamente que o programa está acabando.
Recebem nesta terça os trabalhadores nascidos em dezembro e que não fazem parte do Bolsa Família, cuja última parcela foi paga na semana passada. Os valores serão creditados na poupança social digital, que pode ser usada para pagamento de contas e compras por meio do cartão virtual. Saques e transferências desses valores só estarão liberados a partir de 27 de janeiro.
O PROGRAMA EM NÚMEROS
O auxílio emergencial socorreu diretamente 68 milhões de brasileiros, totalizando um gasto público de mais R$ 300 bilhões. Para se ter uma ideia mais clara desse impacto financeiro, basta lembrar que o Bolsa Família tem um orçamento de cerca de R$ 35 bilhões ao ano.
O auxílio apoiou trabalhadores que se viram de uma hora para a outra sem salário e foi decisivo para oferecer algum alívio à população de menor renda e para evitar um tombo ainda maior na economia.
Na primeira fase os beneficiários receberam ao menos cinco parcelas de no mínimo R$ 600. Em setembro, porém, o governo prorrogou o auxílio até dezembro, mas reduziu o valor para R$ 300. (Foto: Marcelo Camargo/AGBR)