Corrupção pandêmica
O Sars-CoV-2 não é o único e, provavelmente, nem o mais perigoso vírus em atividade no Brasil e no mundo. A corrupção, mal do qual nação nenhuma está livre mas aqui existe em um grau acima da média, é um vírus ainda mais letal, pois dela se originam incontáveis óbitos causados pela falta de tratamento adequado de diferentes doenças, pela violência cotidiana e por inúmeros outros problemas que existem também em sociedades realmente civilizadas, mas em muito menor grau.
Mesmo neste momento em que estão todos chocados pelos números da pandemia do coronavírus e ansiosos pelo desenrolar da corrida mundial da ciência em busca de uma vacina, a má conduta de agentes públicos segue ocupando largo espaço na imprensa.
Em Cascavel, por exemplo, o ex-vereador Ganso Sem Limites foi preso preventivamente outra vez nesta terça-feira (15), agora acusado de coagir testemunhas para dificultar a investigação policial em torno do escândalo que ficou conhecido como Fura Fila do SUS.
Em Ponta Grossa, dois vereadores, um terceiro agente público e empresários foram presos, também hoje, sob acusação de terem cometido fraudes na implantação do estacionamento rotativo e na compra de softwares para a Companhia de Habitação do Município.
E olha que isso tudo é"fichinha"se comparado a outros casos registrados Brasil afora, como o que levou a mais uma operação policial no dia de ontem no Tribunal de Justiça da Bahia, cuja ex-presidente Maria do Socorro Barreto Santiago está presa há quase um ano, mas segue recebendo seu robusto salário como se estivesse trabalhando normalmente para garantir o cumprimento da lei e da ordem.