Conhecida como maior fonte geradora de energia elétrica do mundo, o Lago de Itaipu pode dar em breve outra importante contribuição econômica ao Paraná e ao Brasil se tornando um criadouro tão grandioso que será capaz de, sozinho, dobrar a atual produção de tilápias do País, que é de 320 mil toneladas/ano.

O governo federal voltou a estudar um projeto discutido há vários anos, mas que até agora segue só no papel. A ideia é utilizar as represas de 73 hidrelétricas brasileiras como criadouros artificiais de peixes, especialmente a tilápia, por meio do método de tanques-rede, o que minimizaria sobremaneira o temor de ambientalistas de que essa espécie possa representar uma ameaça aos peixes nativos de cada um desses locais.

O assunto foi tema de uma reportagem do jornal Estadão, que, no caso do Lago de Itaipu, enfocou a necessidade de prévia aprovação do Congresso paraguaio para que o projeto seja colocado em prática."Existem ainda algumas normas do Paraguai que precisam passar por mudanças. Hoje há vedação na legislação. Nós já enviamos toda a documentação para eles, o governo do Paraguai está de acordo, dependendo agora do parlamento paraguaio?, revelou o secretário da Pesca, Jorge Seiff Júnior.

?Comprovamos que não é uma ameaça às espécies nativas. Agora nosso grande desafio é convencer o Parlamento paraguaio que não existe perigo, mas sim uma oportunidade de cultivo?, finalizou.

PARANÁ COMO MODELO

A ideia do governo federal é se inspirar no Paraná, maior produtor de peixes do País de acordo com o Anuário Estatístico da Associação Brasileira de Piscicultura.

E as maiores referências do Estado são duas cooperativas da região Oeste. A Copacol, com sede em Cafelândia e pioneira no sistema integrado de produção de peixes, abate 160 mil tilápias/dia em seus frigoríficos de Nova Aurora e Toledo, vindas de 230 produtores integrados. E pelo planejamento, esses números irão saltar para 250 mil peixes/dia e 400 associados em 2023. Já a C. Vale, de Palotina, abate outras 100 mil tilápias/dia e tem planejamento para chegar a 150 mil em curto espaço de tempo.

A maior parte dessa produção toda está concentrada nos municípios de Nova Aurora, Toledo, Palotina, Assis Chateaubriand e Maripá, podendo chegar em breve também à região lindeira ao Lago de Itaipu. (Foto: Jonathan Campos/AENPR)