Coopavel Ano 43: fartura, gargalos e 1ª visita presidencial
O Show Rural Coopavel de 2013 assinalou o Jubileu de Prata da mostra, que pela primeira vez recebeu a visita de um - neste caso, uma - presidente da República. A 25ª edição transcorreu de 4 a 8 de fevereiro e contou com a visita de Dilma Rousseff e mais uma novidade extraordinária: o parque do SR foi incluído no roteiro do Projeto Soja Brasil.
Em duas caminhonetes, equipes com especialistas da Aprosoja Brasil e da Embrapa partiram de Rio Verde (GO) para percorrer um trajeto de 25 mil quilômetros. A tarefa é conferir o desenvolvimento das lavouras do grão no Brasil, transmitindo informações em tempo real para acompanhar o desenvolvimento do grão, desde a organização do plantio até a colheita.
Com a participação de 430 expositores e um público mais uma vez recorde de 202.574 visitantes, a edição foi digna de um Jubileu de Prata, com a apresentação de centenas de variedades de soja e feijão, híbridos de milho, entre outras culturas, pesquisadas e validadas pelas principais instituições de pesquisa como Embrapa, Iapar, Coodetec e Fundacep.
Na área animal, destacou-se a integração lavoura/pecuária, demonstrada pelo Centro de Pesquisas do Iapar em parceria com a Coopavel. E mais tecnologias para avicultura, suinocultura, apicultura e piscicultura, entre outros.
Vitrine da carne
No quesito diversidade tecnológica, informações sobre proteção e preservação dos recursos naturais, agregação de valor ao produto primário, agroindústria, cadeia produtiva da madeira, turismo rural e agroecologia.
No setor de máquinas, 280 expositores exibiram mais de 1.500 modelos de colheitadeiras, tratores, plantadeiras, pulverizadores, implementos agrícolas e inúmeros acessórios para todos os modelos e marcas de máquinas.
Com esse variadíssimo cardápio, mais de R$ 1,5 bilhão em negócios foram movimentados a partir da realização da feira, 35% a mais que em 2012.
Na manhã de 4 de fevereiro de 2013 a presidente Dilma Rousseff conheceu o Show Rural, anunciou investimentos no setor agropecuário e entregou 29 retroescavadeiras fornecidas pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário para cidades do Oeste e Sudoeste do Estado, ao custo de R$ 4,1 milhões.
Caravanas das mais diversas cidades do Estado do Paraná estiveram presentes. No total, foram 183 grupos, organizados pelos sindicatos rurais dos municípios e pelo sistema Faep, que visitaram no estande da Faep a "Vitrine da Carne", com orientações do especialista Marcelo Bolinha sobre cortes de carne ovina, suína e bovina.
Participação do Município
Assumindo em 2013 seu terceiro mandato à frente da Prefeitura de Cascavel, Edgar Bueno destacou o sucesso do impulso dado ao gado leiteiro pelos condomínios de inseminação artificial. Com uma dezena de vizinhos, o condomínio recebe um botijão de sêmen e um kit de utilização. O programa segura a família no campo ao resultar na melhoria da qualidade genética do rebanho leiteiro e aumento da produtividade.
Nesse ano a Prefeitura também criou o Programa Municipal de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva da Aquicultura Familiar, proposto pelos vereadores Paulo Bebber e Gugu Bueno.
Em março, a central cooperativista Cotriguaçu inaugurou no terminal da Ferroeste a primeira etapa de um dos maiores projetos logísticos de armazenamento e transporte de cargas frigorificadas e contêineres do país, com o suporte da Coopavel, C. Vale, Copacol e Lar.
Com o início das atividades do moinho de trigo, na área industrial, a Coopavel registrou 2013 como um ano atípico, com vendas muito acima da média. As exportações de milho e soja do Brasil projetavam 57 milhões de toneladas, um aumento de 216% na comparação com 2000.
Passos de lesma
Produção maior e mais vendas significavam também um teste à infraestrutura reprimida. Também um estelionato eleitoral, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) se arrastava desde 2007 sem dar conta de resolver gargalo logístico.
"O país fica estagnado com esse problema. Somente agora o governo começou a fazer alguma coisa, porém, muito demorado, a passos de lesma. Poderíamos produzir muito mais caso tivéssemos estrutura adequada" (Renato Martini, revista SindiRural, 33).
Depois de um voo de galinha (o pibão de 2011), o Brasil já sofria com os erros da"nova matriz econômica"de Dilma Rousseff e Guido Mantega. Sentindo que a crise era séria e poderia piorar, o povo brasileiro saiu às ruas nas Jornadas de Junho, pedindo serviços públicos com o "padrão Fifa", ou seja, com a mesma qualidade reservada à preparação da Copa do Mundo.
No campo, depois da enorme expansão do setor de serviços, de maior acesso ao ensino superior e campanhas motivando o empreendedorismo, ocorria o fenômeno da escassez de mão de obra qualificada no campo.
De certa forma se repetia o quadro verificado em 1983, quando o boom imobiliário operou a transformação de camponeses tradicionais em operários da construção civil, cujos filhos se diplomaram e robusteceram os setores comercial e de serviços. (Leia amanhã: Perdas e crise, mas também sucessos e avanços)
Fonte: Projeto Livrai-Nos!