Dentre as muitas experiências divulgadas no Show Rural Coopavel de 2006 pelos 297 expositores que se colocaram à disposição de 139.500 visitantes destacou-se o lançamento do primeiro híbrido simples de milho lançado para o sul do Brasil. pela Embrapa.

Em sua 18ª edição, o Show Rural se tornava teatro obrigatório para lançamentos e apresentação de novidades. O BRS 1015 foi apresentado na vitrine de tecnologias da Embrapa, área que concentrou também outras tecnologias, como cultivares de soja transgênicas e novos materiais de sorgo e outros dois híbridos de milho apresentados pela Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG).

O novo híbrido simples de milho para o sul do país foi desenvolvido pela Embrapa Trigo (Passo Fundo-RS) e pela Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG), unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Dez anos de pesquisas

Recomendado para o sul do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, o BRS 1015, na visão do presidente da União dos Produtores de Sementes de Milho da Pesquisa Nacional (Unimilho), Paulo Motta Ribas, é um material extremamente competitivo para a região Sul do País.

O híbrido apresenta um ciclo mais precoce e se adapta muito bem às condições subtropicais, explicou Ribas. O material é destinado a produtores que utilizam alta tecnologia.

Segundo o pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo Luiz André Corrêa a cultivar tem origem no cruzamento de linhagens temperadas desenvolvidas pela Embrapa no sul do Brasil.

"Foram 10 anos de pesquisa para chegar a um híbrido de ciclo precoce, com elevado potencial de rendimento de grãos associado a uma excelente sanidade foliar e arquitetura de plantas em média 1,75 m de altura. O híbrido apresenta, além do porte baixo, um ótimo sistema radicular e uma estrutura de colmo que garantem resistência ao acamamento e ao quebramento de plantas".

Amizades externas, conflitos internos

Seguindo a orientação de internacionalizar o comércio local abrindo portas na Ásia, em junho uma comitiva de empresários se preparava para visitar a China em busca de oportunidades para os produtos paranaenses.

Em julho, era criada a Associação dos Apicultores de Cascavel e os ruralistas locais comemoravam a notícia de que a agroindústria familiar na região de Cascavel havia crescido mais de 40% desde o início da década, informada pelo Departamento de Desenvolvimento Agropecuário (Deagro) da Secretaria de Estado da Agricultura.

O ano registrou conflitos sangrentos pela posse da terra também na região, fatos que não aconteciam desde os tempos do jaguncismo, nas décadas de 1950 e 1960. Segundo a Comissão Pastoral da Terra, o Paraná foi o terceiro Estado com maior número de família vítimas das ações de milícias armadas, atrás apenas do Paraná e da Bahia.

Em carta ao Governo do Estado em setembro, entidades ligadas aos setores rurais e urbanos de Cascavel afirmavam que as ocupações de terra estavam desmotivando os produtores e instalando um clima de insegurança no campo e na cidade sem precedentes e que a agricultura e a pecuária passavam pelo pior momento da história (Irene Spies Adamy, Formação e Organização Política da Classe Dominante Agrária).

Assunto de sempre

Nas eleições de 1.º de outubro se elegeram os deputados federais Alfredo Kaefer, Hermes Parcianello, Eduardo Sciarra e Fernando Giacobo e só Edgar Bueno para a Assembleia Legislativa, como consolação por ter perdido a reeleição a prefeito dois anos antes. Um dos temas dominantes na campanha eleitoral foi, como sempre, o encalacrado Aeroporto Regional do Médio-Oeste.

A Infraero, o Governo do Paraná e a Prefeitura de Cascavel promoveram o Fórum de Sensibilização para Implementação do Novo Aeroporto Regional do Oeste Paranaense, mas a insensibilidade mais uma vez predominou depois das eleições.

Um importante ponto positivo comemorado pelos ruralistas foi o sucesso da vacinação periódica e obrigatória contra a febre aftosa. O último foco da doença no Brasil foi erradicado nesse ano e o Paraná passou a ser reconhecido internacionalmente como Estado livre da febre aftosa com vacinação. (Leia amanhã: Biodiesel emplacou, PAC gorou)

Fonte: Projeto Livrai-Nos!