Segunda ponte fortalece parceria Brasil-Paraguai
A Ponte da Integração Brasil- Paraguai, a segunda entre os dois países na tríplice fronteira, atingiu quase 45% de execução em novembro, um ano e três meses após o início da construção, e nesta terça-feira (1ª) foi vistoriada pelos presidentes Jair Bolsonaro e Mario Abdo Benítez e pelo governador Ratinho Junior. Os três e demais autoridades foram recepcionados pelo diretor-geral brasileiro da binacional, general Joaquim Silva e Luna, e depois se deslocaram até Hotel Recanto Cataratas para uma reunião bilateral de trabalho.
Durante a vistoria, Bolsonaro enalteceu a relação existente entre brasileiros e paraguaios. "Aqui temos um casamento perfeito: Brasil, Paraguai e Paraná. O nosso bom relacionamento, o nosso excelente relacionamento só pode produzir frutos como esse. [...] O Paraguai não é nosso vizinho, é nosso irmão", afirmou o presidente brasileiro, que, ao questionado pela imprensa, descartou a possibilidade de prorrogar novamente o auxílio emergencial pago a milhões de brasileiros durante a pandemia.
"Alguns querem perpetuar tais benefícios. Ninguém vive dessa forma. É o caminho certo para o insucesso e temos que ter a coragem de tomar decisões. Ratinho, você como chefe do Executivo [local], tenho certeza que muitas vezes você fica preocupado, logicamente, com a decisão que vai tomar. Mas Marito, pior que uma decisão mal tomada é uma indecisão. Nós temos que decidir, temos que operar pelo nosso povo, pelo nosso país", acrescentou Bolsonaro.
Ratinho Junior destacou a parceria estratégica com a governo federal e a Itaipu Binacional, propondo uma nova era de desenvolvimento para o Paraná. "É uma conquista histórica do Estado e que atrairá novos investimentos, novos empregos. A ponte é um marco arquitetônico, turístico e de integração entre os dois países", disse.
Segundo o diretor-geral brasileiro de Itaipu, Joaquim Silva e Luna, a segunda ponte respalda o planejamento estratégico para a Região Oeste do Paraná. "Está interligada com as demais intervenções de Itaipu no Estado, alinhadas com o governador Ratinho Junior", afirmou. "É uma obra fundamenta para a região da tríplice fronteira, para o Paraná e para o Brasil", completou.
PONTE E PERIMETRAL
A segunda ponte internacional sobre o Rio Paraná e a nova perimetral até a BR-277, que acompanha a obra, receberão um investimento de R$ 463 milhões da Itaipu. A ponte, estimada em R$ 323 milhões, está sendo construída nas proximidades do Marco das Três Fronteiras, ligando Foz do Iguaçu à cidade paraguaia de Presidente Franco.
A estrutura terá 760 metros de comprimento e vão livre de 470 metros, o maior da América Latina. Serão duas pistas simples com 3,6 metros de largura, acostamento de 3 metros e calçada de 1,70 metro nas laterais. A previsão é que a obra seja entregue em 2022. Ela será maior que a Ponte Internacional da Amizade e está localizada cerca de 10 quilômetros abaixo dela, em direção ao Rio Iguaçu.
Atualmente as obras se concentram na continuidade da construção das pernas do mastro (peça mais alta que irá compor a estrutura e que serve de apoio para os estaios que darão estabilidade ao tabuleiro/pista) do lado brasileiro. Essa estrutura em formato de Y invertido terá 190 metros de altura, tamanho de um prédio de 60 andares.
Também há uma frente importante de trabalho na pista. Entre os dias 24 e 26 de novembro foi realizado o segundo empurramento no lado brasileiro, de mais 27 metros, deixando a pista a apenas dois pilares de sustentação do Y principal. Ela está sendo montada num movimento de encaixe no molde que avança paulatinamente sobre o rio, respeitando a concretagem sobre uma estrutura metálica de 60 toneladas, que depois é empurrada para frente para possibilitar a nova concretagem.
Assim como no lado brasileiro, o lado paraguaio já conta com sua caixa de equilíbrio e os seis principais pilares em plena forma. Os trabalhos do outro lado da fronteira se concentram na instalação da estrutura metálica e da concretagem do primeiro pedaço, que será empurrado assim que a pista atingir os primeiros 30 metros.
O projeto foi concebido originalmente por uma comissão mista entre Brasil e Paraguai em 1992, mas foi deixado de lado com o decorrer dos anos por falta de dinheiro ou interesse diplomático. Também houve problemas ambientais no início da execução, em 2014, e a obra foi paralisada. Quando houve avanços nas questões legais não havia recursos e a entrada da Itaipu Binacional nessa estratégia foi fundamental para resolver todas as pendências.
Como contrapartida da diretoria paraguaia de Itaipu Binacional, haverá uma nova ponte, também bancada pela estatal, entre Carmelo Peralta (Paraguai) e Porto Murtinho (Mato Grosso do Sul). Essa nova ponte auxiliará na estratégia da criação de um corredor bioceânico ligando os portos paranaenses ao Porto de Antofagasta, no Chile.
Já A perimetral que faz parte da obra vai permitir que caminhões procedentes da Argentina e do Paraguai acessem diretamente a BR-277 na altura do Posto Paradão, reduzindo o fluxo de veículos pesados na área urbana de Foz do Iguaçu. A ponte também terá acesso facultado a veículos menores e turistas. (Foto: AENPR)