J. J. Duran

Campo de atuação de pessoas do bem, mas também de disseminadores da mentira e do ódio, as redes sociais conquistaram tamanho espaço que hoje ninguém duvida da influência que elas têm sobre o dia-a-dia e o pensamento da ampla maioria da população.

Seu poder está embasado na liberdade que o usuário tem de expressar seu pensamento, ainda que às vezes ignore deveres e viole direitos.

Diferente da comunicação dominante no século XX, quando os meios tradicionais normalmente refletiam o pensamento de um só emissor e seus receptores não tinham a oportunidade de fazer ecoar sua concordância ou discordância, os internautas são apoiadores ou dissidentes quase instantâneos do relato postado.

As mensagens distorcidas muitas vezes chegam de forma subliminar, mas sempre com o objetivo de produzir a influência desejada pelo entecapto escondido atrás de anônimos impulsionadores das famigeradas fake news, em uma demonstração inequívoca da pobreza espiritual que tomou conta dessa importante ferramenta informativa.

"Nas redes sociais, o falso é crível e o crível se converte em ferramenta para contradizer a verdade e destruir biografias", opinou recentemente um conceituado analista da imprensa escrita ao analisar o uso dessa moderna ferramenta na campanha política.

Acrescente-se que neste tempo de pandemia, desgraçadamente as notícias falsas agigantam ainda mais o desprestígio da política e dos políticos junto à maioria esmagadora da sociedade.

Isso ajuda a dar ainda mais magnitude ao tempo em que os candidatos iam de cabeça erguida e peito aberto ao debate público, permitindo assim que os eleitores fizessem uma leitura mais clara das reais intenções de cada um.

A democracia, a política, as campanhas eleitorais e as opiniões pública e publicada requerem o debate franco e aberto e as redes sociais, como bem  definiu o crítico argentino Jorge Luis Borges, "são a máscara que oculta a pandemia dos violadores da verdade".

J. J. Duran é jornalista, membro da Academia Cascavelense de Letras e Cidadão Honorário do Paraná