Coopavel Ano 6: na agenda, ferrovia e estrutura portuária
Um dos últimos atos de Adolpho Cortese na função de dirigente cooperativista em Cascavel foi tratar do projeto de construção da Ferrovia da Soja.
Em 12 de fevereiro de 1976 ele recebeu, com o presidente Roberto Wypych, o gerente José Rafael Azambuja e representantes da Acic, o engenheiro ferroviário Emile M. Karmann, responsável pelos projetos da América Latina do International Bank for Reconstruction and Development (Bird, ligado ao Banco Mundial).
Vieram ainda o economista Marc Blan, também do Bird e Cesar Giorgi, da Superintendência de Coordenação e Planejamento, da Rede Ferroviária Federal, vindos para coletar dados socioeconômicos para embasar o projeto de construção da ferrovia ligando Guarapuava a Foz do Iguaçu.
O ano começava bem, reforçando-se com a afirmação de Cascavel como polo também no campo agropecuário com a criação do Núcleo Regional da Secretaria de Estado da Agricultura em março de 1976. Também nesse mês, Cortese se desligou da vice-presidência da Coopavel, substituído por Milton Pedro Lago.
Um dos fatores de estímulo em 1976, antes de uma nova decepção causada pelo inverno, foi a assinatura de contrato entre a Cotriguaçu e a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina para a construção do Terminal Portuário, com o aval da Portobrás, para a construção do Terminal Marítimo da Cotriguaçu.
O acordo embutia o arrendamento da área necessária à edificação de três armazéns com a passagem da esteira transportadora que interligará as instalações da central cooperativista ao cais.
Por sua vez, a Companhia Paranaense de Silos e Armazéns (Copasa) anunciava a construção de um armazém graneleiro com capacidade estática para 50 mil toneladas,
Aumento de patrimônio
As geadas terríveis de 1975 se repetiram e abalaram o ânimo dos cafeicultores, fazendo com que muitas lavouras fossem erradicadas para dar lugar ao binômio soja-trigo ou pecuária. Abalaram, mas não causaram nenhuma debandada.
O engenheiro agrônomo Alberto Tauil, do IBC, reportava a produção de café em muitas propriedades de Cascavel. De qualquer forma, não havia mais chances para um ciclo do café em Cascavel, embora fosse a vez do agronegócio.
Como em resposta às geadas, em agosto a Câmara de Cascavel autorizou a Prefeitura a doar à Coopavel dez alqueires paulistas, equivalente a 248 mil m², no Distrito Industrial, para a instalação de armazéns e silos.
Em campanha eleitoral para salvar o partido governista Arena de uma derrota antecipada pela crise econômica sem solução, em 30 de outubro de 1976, na Praça João XXIII, o general-presidente Ernesto Geisel entregou ao agricultor Bruno Budke o 100.000° título de propriedade rural expedido pelo Incra.
A entrega do título era uma celebração da paz no campo, mas o ciclo dos conflitos agrários ainda estava longe de ter um fim: no fim do ano, ironicamente em Rio da Paz, um ataque de jagunços contra proprietários e posseiros de áreas rurais na região, a mando de latifundiários, retomava o clima de tensões agrárias.
Balanço do ano
Também em outubro de 1976 a Cotriguaçu começava a estudar um dos piores negócios de sua trajetória - o projeto de colonização na região do Ariquemes, no Estado do Mato Grosso. Nas eleições municipais, Jacy Miguel Scanagatta se elegia para a Prefeitura.
Um dos fatos mais positivos registrados em 1976 foi a entrega ao tráfego da BR-467, no trecho Cascavel - Toledo, pelo antigo DNER. O fato negativo, causado pela explosão demográfica, foi o excesso de candidatos a turmas do segundo grau na única escola pública do Município que oferecia vagas: o Colégio Wilson Joffre.
A direção da escola promoveu um "vestibulinho" para selecionar candidatos às vagas. O progresso do agronegócio pressionava e exigia soluções em todas as áreas dos serviços públicos.
Para a Coopavel, um das boas conquistas que fez 1976 um ano memorável foi o início das atividades de sua representação em Céu Azul. Em novembro, começa a circular a revista Coopavel. (Leia amanhã: Conquistas no Jubileu de Prata)
Fonte: Projeto Livrai-Nos!