Colecionando adversários
Em 2018, mesmo vindo de um mandato de deputado federal sem grande destaque, o Delegado Francischini se tornou o deputado estadual mais votado da história do Paraná. Seus 427.749 sufrágios representaram incríveis 7,51% de todos os votos úteis contabilizados na ocasião para a Assembleia Legislativa do Estado.
Isso seria suficiente para inflar o ego de qualquer político, e Francischini não foge à regra. Tanto que de lá para cá tem arranjado inimizades que, com certeza, se transformarão em obstáculos à continuidade de sua carreira.
Em Cascavel, por exemplo, onde Francischini foi o mais votado dentre os candidatos de fora (5.899 votos), Edgar Bueno atribuiu a ele o fato de ter se sentido compelido a desistir de última hora da disputa deste ano pela prefeitura. "Tiraram o PSL de nossa mão, o maior partido da nossa coligação?, protestou Edgar, acusando Francischini de não honrar o compromisso assumido com ele meses antes.
Coisa do jogo político, óbvio, mas que certamente terá um preço que só poderá ser mensurado em futuros pleitos, mas que nesse caso não será algo desprezível a julgar pelo expressivo eleitorado que Edgar provou ter em todas as eleições que disputou.
Mas se o reverberar de Edgar não é algo que possa tirar o sono de Francischini, o mesmo não se pode dizer em relação a uma declaração feita nesta semana por ninguém menos que o presidente da República, cuja candidatura facilitou sobremaneira a tarefa de dois anos atrás do hoje presidente estadual do PSL.
?Alguns, inclusive, inimigos declarados meus, usando minha fotografia, como um candidato a prefeito lá em Curitiba fazendo isso aí. É inimigo declarado e agora na campanha usa a minha foto?, desabafou Jair Bolsonaro, coisa que a imprensa da capital paranaense definiu como um recado direto e reto a Francischini.