Abrem-se as cortinas...
Se Fiori Gigliotti ainda estivesse vivo e recebesse a missão de passar aos ouvintes a principal notícia desta sexta-feira (9), com certeza repetiria uma das célebres frases imortalizadas por ele nos maiores estádios do Brasil."Abrem-se as cortinas e começa o espetáculo?, dizia esse símbolo máximo da narração esportiva brasileira sempre que o árbitro apitava o início de mais um jogo.
É provável que apenas uma minoria saiba que está em funcionamento desde o início da manhã a arena do principal jogo democrático deste 2020: o horário eleitoral gratuito, espaço no qual os candidatos a prefeito e vereador do País todo poderão se apresentar aos eleitores e mostrar a eles suas ideias e propostas. É uma espécie de campo virtual de uma disputa que irá determinar com quem ficará a missão de bem conduzir os destinos dos 5.570 municípios brasileiros pelos próximos quatro anos.
Garantido pela Constituição de 1988, trata-se de um espaço gratuito dividido em dois blocos diários de 10 minutos cada (no rádio, das 7h às 7h10 e das 12h às 12h10 e na televisão das 13h às 13h10 e das 20h30 às 20h40), de segunda a sábado, além de outros 70 minutos por dia divididos em inserções a serem levadas ao ar das 5h à meia-noite.
Haja paciência!, deve estar exclamando o eleitor com toda razão, pois costuma ser uma programação exaustiva e repetitiva. Mas é preciso ter em mente que, com exceção do que ocorre nas cidades muito pequenas, onde todo mundo conhece e fala com todo mundo, é a única forma de saber quem são e o que pensam os candidatos ao pleito de 15 de novembro.
Acompanhar ao menos parte disso tudo é como seguir ao pé da letra uma receita médica repleta de medicamentos, mas é necessário ter em mente que se o remédio cura, o voto é o único tratamento preventivo capaz de assegurar que nossas cidades não adoeçam pela incompetência ou pela corrupção logo ali na frente.