Um terço dos paranaenses recebe auxílio emergencial
De janeiro a agosto a pandemia reduziu em R$ 1,5 bilhão a arrecadação do Governo do Paraná e as perspectivas são de que a crise continue afetando a economia do Estado. Dentro desse, há a necessidade da adoção do máximo possível de austeridade e planejamento, isso tudo misturado com uma boa dose de paciência.
A advertência foi feita pelo secretário da Fazenda, Renê Garcia Junior, ao apresentar as contas do segundo quadrimestre durante audiência pública realizada ontem, na Assembleia Legislativa. Acompanhado por uma equipe de técnicos da pasta, ele detalhou durante quase três horas as receitas, despesas e resultados referentes à contabilidade do Estado e respondeu aos questionamentos dos parlamentares.
Segundo Garcia Junior, o impacto da crise pandêmica sobre o Estado neste ano foi minimizado devido a alguns fatores, em especial o auxílio federal emergencial aos trabalhadores e o Programa de Manutenção do Emprego e da Renda, que evitaram uma queda mais drástica no consumo das famílias. Ele também citou o repasse de recursos aos estados provenientes da Lei Complementar nº 173/2020 - que veio acompanhado, também, da suspensão do pagamento do serviço da dívida com a União.
O secretário revelou que 3,8 milhões de paranaenses receberam o auxílio federal direto em conta corrente - número maior até do que o de paranaenses com carteira assinada (3,2 milhões). Como o Estado possui 11,5 milhões de habitantes, significa que um de cada três paranaenses foram beneficiados por esse programa. "Também tínhamos uma espécie de colchão de proteção, graças à economia feita pelo Estado em 2019. Se não fosse isso, corríamos o risco de ter atrasos de pagamentos este ano", disse.
Contudo, advertiu, o encerramento das transferências extraordinárias no final de 2020 impactará negativamente na massa salarial em 2021, afetando o consumo. "Além disso, voltaremos a pagar as parcelas da dívida e, sobretudo, a previsão é de dificuldades na arrecadação. O ano que vem será certamente mais difícil que este", ressaltou.
Garcia Junior também lembrou que o impacto provocado pela pandemia vai gerar uma queda de 7.8 pontos percentuais no PIB nacional, que deve fechar o ano no pior valor da série histórica. Por outro lado, as previsões para 2021 apontam para um crescimento de 3,5%, sobre uma base bastante deprimida de 2020 - o que aumenta os indicadores de incerteza sobre a economia. (Foto: Dálie Felberg/Alep)