Contratos do pedágio no PR vão passar por um pente fino
Fiscalizar os contratos e aditivos das rodovias firmados pelo Governo do Estado desde 1995 até 2021 e estabelecer um diálogo com o Governo Federal, avaliando e propondo alterações necessárias às novas concessões de rodovias no território paranaense e receber denúncias dos cidadãos, organizações da sociedade civil e de autoridades sobre o encerramento dos atuais contratos. Estes são os principais objetivos da Frente Parlamentar de Encerramento dos Contratos de Pedágios no Paraná que foi oficialmente lançada na Assembleia Legislativa.
Segundo o presidente Ademar Traiano, a mesa diretiva da Alep dará total apoio a esse trabalho. "Acredito que a Frente Parlamentar vai dar um novo norte à próxima concessão e auxiliar com iniciativas que possam ajudar a população e o setor produtivo do estado, que sofrem há mais de vinte anos com as altas tarifas do pedágio em nosso estado", afirmou.
O deputado Arilson Chiorato lembrou que o momento é de mudanças de paradigmas históricos que prejudicaram os paranaenses. "Um contrato que já nasceu errado é só foi piorando com o passar dos anos, com muitos aditivos depois. Modelo que contribuiu com o agravamento da crise econômica no estado. A Frente quer manter diálogo permanente com o Governo Federal e propor ideias para o novo modelo", disse.
Profundo estudioso e conhecedor do tema, o deputado Luiz Cláudio Romanelli enfatizou que o pedágio deve ser o principal assunto da atual legislatura e que esta será uma Frente institucional. Ele revelou ter produzido um documento a pedido do coordenador da bancada paranaense em Brasília, o deputado Toninho Wandscheer, com um histórico da modelagem aplicada no Paraná, destacando ponto a ponto os contratos firmados na década de 1990 em vigor até os dias atuais. "O documento está bem completo e vou disponibilizar para os deputados que compõem o grupo aqui na Assembleia também para que conheçam profundamente o nosso modelo e tenham subsídios para as análises", disse.
"Para o Governo, o que interessa é o preço mais baixo da tarifa e o maior número de obras possível. Esse modelo que está aí hoje é uma vergonha. Um crime. Temos divergências em vários temas aqui na Casa, mas este é um que une toda a Assembleia", ressaltou o líder governista Hussein Bakri. Já o líder da oposição, deputado cascavelense Professor Lemos,defendeu que a nova concessão seja feita pelo critério da menor tarifa.
Há um ano, o MPF (Ministério Público Federal), homologou um acordo de leniência, uma espécie de delação premiada, com as empresas que operam as praças de pedágio no Paraná. Ele prevê a recuperação de R$ 400 milhões, que deverão ser pagos até o fim das concessões, em 2021. obras nas rodovias e redução nas tarifas. Uma das obras previstas é o novo Trevo Cataratas, em Cascavel, que já deveria ter sido iniciado.
As irregularidades em concessões de rodovias federais do Paraná, que fazem parte do Anel de Integração, foram alvos das operações chamadas Integração I e II. De acordo com o MPF, as empresas pagaram pelo menos R$ 35 milhões de propina para obter mudanças nos contratos. O desvio de dinheiro estimado no esquema dos pedágios chega a R$ 8,4 bilhões. (Foto: AENPR)