Última palavra é do Paraguai
Muito provavelmente como estratégia para ganhar tempo e minimizar a pressão que vem sofrendo há algumas semanas, o governo paraguaio adiou para a próxima sexta-feira a mais aguardada reunião para tratar da reabertura da Ponte da Amizade. Inicialmente marcada para esta segunda, colocará na mesma mesa de discussões, dentre outras autoridades, o presidente Mario Abdo Benítez e Roberto González Vaesken, governador de Alto Paraná, departamento (estado) do país vizinho que faz fronteira com o Brasil e tem Ciudad del Este como capital.
Até agora, um dos principais argumentos do governo paraguaio para não ouvir os apelos pela reabertura era de que o Brasil mantinha a fronteira fechada. Mas isso já caiu por terra com a publicação de uma portaria pelo governo brasileiro permitindo a volta da circulação de moradores das cidades de fronteira pela Ponte da Amizade. Só que essa norma condiciona a liberação do tráfego a uma autorização semelhante por parte das autoridades paraguaias, sem o que nada muda.
Diante disso, segue o drama não só da população de Ciudad Del Este, cuja economia está em frangalhos, mas também dos milhares e milhares de brasileiros que sobreviviam da trabalhosa e pouco lucrativa compra de bugigangas do outro lado da ponte para revender em praticamente todos os cantos do território nacional.