O Rio de Janeiro amanheceu nesta sexta-feira (28) em meio a mais uma megaoperação da Polícia Federal, destinada a cumprir seis mandados de prisão preventiva, 11 mandados de prisão temporária e 72 de busca e apreensão.

E um dos endereços onde as equipes estiveram foi a residência oficial do governador Wilson Witzel, que foi notificado sobre a decisão do presidente STJ (Superior Tribunal de Justiça), Benedito Gonçalves, de determinar seu afastamento do cargo por seis meses.

Dentre as prisões realizadas durante a operação está a do pastor Everaldo (na foto ao lado de Witzel), presidente nacional do PSC, um dos principais líderes da Igreja Assembleia de Deus e que ganhou fama ao batizar Jair Bolsonaro no Rio Jordão. Ele é acusado pela Procuradoria-Geral da República de participar com o governador de um esquema de desvio milionário de recursos públicos destinados ao combate à pandemia do coronavírus.

Mandados de prisão foram emitidos também contra o ex-secretário de Desenvolvimento Econômico do Rio, Lucas Tristão, e o médico Sebastião Gothardo Netto, ex-prefeito de Volta Redonda. Já os mandados de busca e apreensão tinham como alvos, dentre outros, a primeira-dama Helena Witzel, o presidente da Assembleia Legislativa carioca, deputado petista André Ceciliano, e o desembargador Marcos Pinto da Cruz.

Segundo a denúncia da PGR, o governo do RJ montou um esquema de propina para contratação emergencial e para liberação de pagamentos a organizações sociais que prestam serviços ao Estado. A denúncia sustenta que Witzel usou o escritório de advocacia da mulher para receber dinheiro desviado por intermédio de quatro contratos simulados.

OUTRO LADO

Os advogados de Witzel emitiram a seguinte nota: "A defesa do governador Wilson Witzel recebe com grande surpresa a decisão de afastamento do cargo, tomada de forma monocrática e com tamanha gravidade. Os advogados aguardam o acesso ao conteúdo da decisão para tomar as medidas cabíveis".

Também por meio de nota, o PSC informou que o ex-senador e ex-deputado Marcondes Gadelha, vice-presidente nacional da legenda, assume provisoriamente o cargo de presidente. O partido diz ainda que confia na Justiça e no amplo direito à defesa de todos os cidadãos e que o pastor Everaldo sempre esteve à disposição das autoridades. (Foto: Divulgação PSC)