Uma cidade agonizante
Por força de sua dependência umbilical do turismo a economia de Foz do Iguaçu anda capengando, mas nada se compara ao que se passa a pouco mais de 500 metros de distância, do outro lado da Ponte da Amizade. Superdependente dos compristas brasileiros, Ciudad del Este é desde meados de março passado uma espécie de cidade fantasma.
O cenário atual, tomado por cenas terríveis de falências e desemprego recorde, em nada lembra o do início do ano, quando lojas e shoppings viviam superlotados de sacoleiros, muitos deles moradores do Oeste paranaense.
Isso tudo tem preocupado todos do outro lado da fronteira, de vendedores que sobreviviam à custa da perturbação dos compristas pelas apertadas ruas a autoridades importantes."Abram a Ponte da Amizade! Nós Precisamos trabalhar!?, apelou ainda anteontem o prefeito de Ciudad del Este, Miguel Prieto.
Mas o principal enfrentamento à decisão unilateral do governo do presidente Mario Abdo Benítez veio do governador de Alto Paraná, Roberto Gonzalez Vaesken."A população é dona do seu próprio destino?, disse ele, ressaltando que a cidade que faz fronteira com Foz"está morrendo economicamente"e defendendo a reabertura da fronteira em poucos dias para reativar a economia.
No início deste mês o ministro do Interior, Euclides Acevedo, indicou que a ponte seria reaberta até o fim desta semana, mas de Assunção veio uma nova ordem, estendendo o fechamento ao menos até dia 6 de setembro. Precisa saber se a população fronteiriça terá paciência suficiente para esperar até lá.