Câmara aguarda desfecho de denúncia para tomar posição
Às vésperas do início de uma campanha eleitoral na qual, muito provavelmente, todos os seus 21 integrantes irão postular a reeleição, a Câmara de Cascavel teve sua imagem enlameada uma vez mais pela prisão, ainda na noite de ontem, de um ex-assessor parlamentar flagrado pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) com R$ 1 mil que teria recebido de uma paciente para furar a fila de cirurgias do SUS.
O preso, cujo nome não foi divulgado e que hoje teve arbitrada uma fiança de R$ 20 mil, trabalhou no gabinete do vereador Roberto Parra, mas havia sido desligado ainda em julho conforme nota emitida pela Câmara. A mesa diretiva da Casa vai aguardar um desfecho do trabalho policial para definir se cabe algum procedimento interno, o que só ocorrerá se ficar comprovado que algum assessor ou vereador atual está implicado no esquema.
Segundo o delegado Rogerson Salgado, responsável pelo inquérito, o caso começou a ser investigado pelo Gaeco após a vítima denunciar o ex-assessor, mas há outras denúncias pelo mesmo delito (concussão). E para facilitar o trabalho e esclarecer o fato nos mínimos detalhes, ele pede a outras pessoas que eventualmente tenham feito algum tipo de pagamento por cirurgias na rede pública procurem a polícia.
Vale ressaltar que a cirurgia para retirada do útero foi feita no antigo Hospital Salete por outro vereador, o médico Jorge Bocasanta, que chegou a acionar a Polícia Militar hoje pedindo a prisão da referida paciente, que o teria acusado de fazer parte do esquema. Bocasanta, que desde antes de ingressar na política costuma fazer muitos atendimentos sem cobrar, garantiu que se há alguma irregularidade nesse caso, isso ocorreu sem o seu conhecimento. "Se tiver assessor meu envolvido, vai pra rua", garantiu ele.