O tal coronavírus é um bichinho tão miúdo que é difícil visualizá-lo em detalhes até com microscópio, mas sua fúria também tem produzido notícias bem mais graúdas que aquelas escritas com letras cor de sangue pela mídia sensacionalista. Neste comentário vamos focar duas delas, ambas verdadeiramente de interesse público.

A primeira é o fato de a pandemia estar dando sucessivos sinais de enfraquecimento em Cascavel e região há quatro semanas. O quadro ainda não permite relaxo na prevenção - especialmente em períodos como este fim de semana, cuja tendência de aglomeração de pessoas aumenta por causa da celebração do Dia dos Pais -, mas o fato é que o minúsculo organismo que se espalhou pelo mundo inteiro a partir da China já não apavora os cascavelenses tanto quanto outrora.

E a que se deve atribuir essa crescente queda do número de casos e óbitos?  Salvo melhor juízo, talvez o principal fator é a iniciativa da Associação Médica, acatada pela administração municipal, de ofertar pela rede pública de saúde um kit preventivo e dois curativos compostos por hidroxicloroquina, ivermectina e azitromicina. Até uma parcela antes reticente da classe médica já admite que essa providência está diretamente relacionada com o arrefecimento da pandemia.

A outra notícia, igualmente importante neste País onde uma grande parcela da população leva ao pé da letra a Lei de Gérson (do levar vantagem em tudo), é o fato de uma emenda de Rubens Bueno ter sido incorporada à proposta mudando o Código Penal aprovada nesta semana pela Câmara para aumentar em um terço a punição aos autores do crime de estelionato comum.

O leitor deve estar se perguntando o que isso tem a ver com o problemão do coronavírus. Pois saiba que essa mudança legal enquadra as dezenas de milhares de servidores públicos municipais, estaduais e federais que receberam o auxílio emergencial de R$ 600 sem ter direito, bem como os detentos que gastam seu tempo de reclusão arquitetando e executando golpes com o uso de celulares e outros aparelhos similares.