J. J. Duran

O que sabemos é uma gota e o que desconhecemos é um oceano, dizem os jornalistas experientes sobre a cobertura da política. Por isso, jamais foi tarefa simples a análise do quadro, seja pela dificuldade para se obter informações fidedignas, seja pelos rumores disseminados de propósito e que se espalham com a velocidade de um foguete, sobretudo nesses tempos de redes sociais.

A cultura do boato, agora mais conhecida como prática das fake news, via de regra brota de uma desleal trama de serviçais dedicados a atender aos anseios dos detentores dos poderes político e econômico.

A desinformação alimenta intrigas intra e interpalacianas e leva á fritura lenta, porém cruel, de biografias nada aprazíveis aos interesses predominantes entre os mentores desse jogo espúrio.

Os mais atentos percebem que a desinformação forma parte importante não só dos meios de comunicação voltados ao fator político, sendo uma espécie de importante ferramenta usada desde sempre, porém agora com maior intensidade, pelos franco-atiradores para atingir aqueles que, usando a liberdade de opinião, deles ousam divergir pelos mais diversos motivos.

Na linguagem do jornalismo político se diz que os fatalistas da política são descrentes de toda informação baseada em promessas feitas por políticos no auge de sua popularidade e que buscam sempre manter uma luz acesa sobre um futuro que jamais irá se materializar. São os prometedores de um amanhã empobrecido pela decadente figura dos delirantes adoradores da razão da força e não da força da razão.

No quadrante político, seja na Europa milenar como na jovem indo-América, é perene um conselho há muito repetido pelos velhos escribas, de que o fogo cruzado sempre deixa vítimas nos dois lados.

Com miopia interessada e visão da realidade deformada, os contadores da primavera do outubro eleitoral no berço da democracia são, neste momento de tristes e letais realidades, ferramentas de uma utopia em forma de alimento à esperança.

J. J. Duran é jornalista, membro da Academia Cascavelense de Letras e Cidadão Honorário do Paraná