Trabalhador privado seguirá pagando o pato na pandemia
Enquanto os servidores públicos de todos os níveis em determinados casos estão trabalhando menos, mas ganhando literamente os mesmos salários de antes da pandemia, os trabalhadores da iniciativa privada - aqueles que ainda não perderam o emprego, diga-se de passagem - vão ter que dar uma cota extra de sacrifício para que o Brasil possa superar a crise econômica originária da pandemia do coronavírus, que já matou mais de 65 mil brasileiros.
É que nesta segunda-feira (6), data em que sentiu os sintomas característicos do coronavírus e decidiu se submeter a um novo exame, o presidente Jair Bolsonaro anunciou em sua rede social a sanção da Medida Provisória que permite às empresas de todo o País a suspensão de contratos e a redução da jornada de trabalho e do salário de seus empregados e será agora prorrogada. Ele não informou, no entanto, se vetou algum trecho da MP, que foi aprovada dia 16 de junho pelo Senado e deve ser publicada nas próximas horas no Diário Oficial da União.
"Sancionada hoje a Lei que instituiu o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (MP-936). Todos os benefícios serão custeados com recursos da União, operacionalizado e pago pelo @MinEconomia diretamente ao empregado", publicou Bolsonaro.
Criada para preservar os empregos e em vigor desde abril, a nova lei permite que empresas façam acordo direto com seus empregados, sem intermedição dos sindicatos, para diminuir a jornada e o salário ou suspender o contrato de trabalho por tempo determinado. Para compensar os trabalhadores atingidos, a MP 936 cria o Bem (Benefício Emergencial) pago pelo governo, que pode chegar a R$ 1.813,03 por mês para cada trabalhador. (Foto: Marcello Casal/AGBR)