Todos têm razão, ou não!
É um engano imaginar ser uma exclusividade paranaense a polêmica que se estabeleceu desde a última terça-feira (30), quando o governador Ratinho Junior baixou decreto determinando uma quarentena mais rigorosa de 14 dias em um terço dos municípios, dentre eles todos da região Oeste, como forma de conter o avanço desenfreado da pandemia registrado nas últimas semanas.
Trata-se, na verdade, da pauta do momento também nos demais Estados brasileiros, bem como em todos os países onde esse vírus não visível com qualquer binóculo de tão minúsculo que é está subjugando toda uma sociedade de quase 8 bilhões de seres humanos cuja maioria esmagadora há décadas, talvez séculos, vinha claramente priorizando o dinheiro em detrimento do bem comum.
Mas no caso específico do Paraná, como de resto no Brasil todo, salta aos olhos a percepção de que o componente político-eleitoral vem tendo papel preponderante nessa polêmica cuja maioria esmagadora dos contendores expõe opiniões desprovidas de qualquer fundamento científico e sem a menor preocupação de esconder o fato de estarem colocando as urnas das eleições municipais deste ano, agora oficialmente adiadas de outubro para novembro, em patamar de importância igual ou até superior ao dessa tragédia a cada dia mais próxima de todos nós.
No fundo, no fundo, todos têm lá certa dose de razão, pois não há demérito algum em pensar no amanhã, nem mesmo quando ele se refere a projetos individuais. Mas em se considerando que o amanhã só vem depois do hoje, raros são, nesta digladiação dialética, aqueles que podem ser levados realmente a sério tendo em vista que se de um lado o inimigo comum já é conhecido, de outro ninguém mundo afora já encontrou um jeito de derrotá-lo.