Privatização da Ferroeste está nas mãos de Bolsonaro
A Agência Brasil trouxe nesta quinta-feira (25) uma informação já adiantada pelo Alerta Paraná há vários dias, dando conta que o Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos deu parecer favorável à qualificação para privatização da Ferroeste, no âmbito do PPI (Programa de Parcerias de Investimentos). Mas traz uma novidade: que o leilão da ferrovia, que vai de Cascavel a Guarapuava, ainda está na dependência do"sim"do presidente Jair Bolsonaro.
O pedido de inclusão da Ferroeste no PPI foi feito pelo Governo do Paraná, mesmo contra a vontade de setores como o das cooperativas agropecuárias, que fez investimentos milionários para viabilizar a operação da ferrovia e ameaça se rebelar contra a privatização. Caso o presidente referende a decisão do conselho, o próximo passo é a formação de um comitê para acompanhar a execução do projeto em todas as etapas para sua implementação.
O comitê é constituído por um representante do Ministério da Economia, por meio da Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos, que o coordena, um representante do Ministério da Infraestrutura, um representante da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) e dois representantes indicados pelo Governo do Paraná.
O prazo para conclusão dos trabalhos é de 360 dias a partir da publicação do ato normativo de sua criação, prorrogáveis por igual período se necessário. A expectativa é que a ferrovia seja leiloada até o final do próximo ano. Já havia até uma espécie de pré-acordo com um grupo empresarial paulista há muito interessado no negócio.
De acordo com a resolução do PPI, a privatização da ferrovia visa reduzir o papel do Estado em atividades econômicas e faz"parte de uma estratégia de ampliação da malha ferroviária de interesse do Estado do Paraná e da União".
Criada em 1988, a malha da Ferroeste chegou a ter sua gestão privatizada em 1996, durante a gestão do governador Jaime Lerner. Mas após o consórcio operador deixar de pagar as parcelas do contrato de concessão e de fazer os investimentos estabelecidos no acordo, o controle foi retomado pelo Estado durante a gestão do governador Roberto Requião, em 2006. (Foto: Arquivo)