Como sobreviver à pandemia
J. J. Duran
Valas comuns, hospitais de campanha, recordes diários de contaminados e falecidos... Quanto mais o contágio se multiplica, mais cresce a tragédia levada às famílias Brasil e mundo afora.
E formas de combate a esta peste denominada pelos cientistas como Sars-Cov-2, mais conhecida como Covid-19, nutrem um cada dia mais controverso pensamento oficial dos políticos governantes, a minoria mirando na luta da coletividade pela sobrevivência e a maioria unicamente nas próximas eleições. Isso levou uma vez mais a humanidade ao confronto do pensamento científico com o pensamento político.
Passado o tempo da diversão ofertada na indo América pelos governos populistas, restou aberta uma enorme ferida onde a pobreza e demais frutos da desigualdade social transitam em um momento crucial e cruel para o mundo inteiro.
O vírus letal não identificado a tempo nem pelas antenas rastreadoras do espaço da outrora arrogante Nasa foi espalhado mundo afora pelos adoradores do mercado e do liberalismo capitalista e tem gerado luto a centenas de milhares de famílias.
No Brasil de hoje, tempo em que a democracia de fachada luta cotidianamente para sobreviver frente aos ataques de uma minoria de dementes adoradores de um passado escrito com sangue pelos governantes do obscurantismo, vozes leigas e de inexpressivo entendimento se arvoram em defender o que nem a ciência aconselha na busca da sobrevivência a mais essa peste cruel.
Nos EUA, que ainda se supõe potência única, o milionário e demagogo Donald Trump, representante máximo do conservadorismo mercantilista, joga toda a culpa pelo surgimento e disseminação do vírus apocalíptico no inescrutável governo chinês.
No Brasil, Jair Bolsonaro segue recomendando receitas caseiras para combater a peste e desdenhando do isolamento da mesma maneira que faz com aqueles médicos e cientistas que se opõem ao seu pensamento de que essa pandemia não passa de uma gripezinha passageira.
Tomar o que ainda não tem referência científica como medicamento é seguir puramente a fórmula ideológica do ex-capitão: "Se você é membro do pensamento conservador-direitista-evangélico restaurador do messianismo infalível, tome o remédio milagroso, ou se é um dissidente pensador da esquerda tome Tubaína". Apesar do doce sorriso que provoca, isso não ameniza a dor das dezenas de milhares de famílias que já tiveram entes queridos abatidos pelo vírus.
Sobreviver em tempos apocalípticos requer grande dose de bom senso, ouvir mais do que falar ou escrever e pedir ao BOM JUDEU que nos livre de tanta crueldade. (Imagem: bruna.vieirart/Instagram)
J. J. Duran é jornalista, membro da Academia Cascavelense de Letras e Cidadão Honorário do Paraná