Mãos ao alto! Isto é um assalto!
Não é equivocado dizer que há 10.648 servidores públicos municipais totalmente desavergonhados no Paraná, onde desde o início do ano foi registrado um saldo negativo superior a 22 mil empregos com carteira assinada. Essa é a explicação mais lógica que me ocorre para definir a triste descoberta conjunta feita pelo Tribunal de Contas do Estado e pela Controladoria-Geral da União e tornada pública nesta quinta-feira. O número acima citado se refere à quantidade exata de funcionários de 388 prefeituras do Estado que meteram a mão no benefício emergencial de R$ 600 (em certos casos R$ 1.200) sem pudor algum, pois não consta que sequer um deles tenha tido o salário reduzido, ou até mesmo perdido o emprego, ao contrário dos desafortunados trabalhadores informais, microempreendedores individuais, autônomos e desempregados, que se viram sem ter onde buscar o sagrado arroz com feijão de cada dia de uma hora para outra por conta da pandemia desse maldito vírus de olhos puxados vindo lá da China e não tiveram outro recurso que não aceitar a ajuda da mão amiga do Estado. E como se malandragem pouca fosse bobagem, vale lembrar que uma parcela indefinida, mas certamente significativa, desses servidores está sem trabalhar, o que significa que faturou uma grana extra ilegal, imoral e em pleno período de coçação de saco. E pensar que uma parcela considerável da sociedade brasileira tem a mania de atribuir as mazelas todas exclusivamente à classe política, como se essa não brotasse do seu meio. Que me perdoem os leitores habituais e também os eventuais do Alerta Paraná se os chateei com um texto tão carregado, mas é que não há, em sã consciência, como admitir que alguém lucre em cima da desgraça do seu semelhante, ainda mais em um momento tão trágico não só para nós brasileiros, mas para a humanidade em geral. Aliás, esse triste exemplo de apropriação indébita de tantos servidores, que representou uma sangria superior a R$ 7,3 milhões nos cofres públicos, deveria ser justa causa para demissão sumária, até porque há muitas prefeituras Paraná afora com gente empilhada e não hesitam em realizar novos concursos a cada nova gestão. E pra encerrar, uma pergunta: se só aqui se registrou um rombo superior de R$ 7,3 milhões, imaginar o quê do País inteiro?