Arrecadação do Paraná deve cair R$ 1,5 bi em cinco meses
O coronavírus está adoecendo não só a população paranaense, mas também a economia do Estado. Em audiência remota realizada na Assembleia Legislativa, o secretário estadual da Fazenda, Renê Garcia Junior, revelou nesta quarta-feira (27) que no mês passado a arrecadação caiu em torno de 27% e neste mês a queda está próxima de 37%, elevando a perda total para cerca de R$ 1,5 bilhão em cinco meses.
"As previsões mostravam que estávamos no caminho certo, mas o crescimento econômico do Paraná para este ano foi interrompido pela pandemia. O Estado, no entanto, tem uma reserva para enfrentar a crise", explicou ele, ressaltando que em abril o déficit foi quase três vezes maior que o previsto inicialmente. Só em abril o Estado arrecadou R$ 450 milhões a menos, e em maio a perda deverá ser consideravelmente maior segundo projeção do Ipardes, da ordem de R$ 750 milhões.
De acordo com a Secretaria da Fazenda, a dificuldade de capital de giro das empresas praticamente dobrou a inadimplência de ICMS próprio em abril. Com isso, além da queda da atividade econômica, a arrecadação sofre com a falta de pagamento das empresas. A queda da atividade econômica no País também impacta na transferência dos repasses da União para o Paraná. A retração dos repasses no mês de março foi de 8% se comparado a 2019. Já em abril, a queda foi de 28%, equivalente a R$ 167 milhões a menos.
ENFRENTAMENTO
Entre as medidas destacadas pelo secretário para enfrentamento da crise estão as políticas de contenção de gastos, a utilização de repasses da União e a criação de programas para auxiliar na recuperação econômica e a manutenção de empregos no Estado, como os implementados pela Fomento Paraná. A principal linha de crédito é o programa Paraná Recupera, em que a Fomento Paraná participa deste pacote de medidas oferecendo recursos para empreendedores, em um limite de até R$ 200 mil.
Outro auxílio recebido pelo Estado citado por Renê Garcia é a parceria do Executivo com os demais poderes. Neste sentido está o repasse de R$ 37,7 milhões do Fundo de Modernização da Assembleia Legislativa para o Fundo de Estado da Saúde. O valor é suficiente para a contratação de 1.500 leitos de UTI e de emergência e aquisição de equipamentos de proteção para os profissionais de saúde. Destinações como estas, explicou o ele, permitiram que governo tenha mais recursos do tesouro para investir no restante do ano em Saúde. (Foto: Dálie Felberg/Alep)