Prefeito de Santa Helena tem mandato cassado pela Câmara
Em uma sessão histórica não só pelo resultado, mas também pela duração (nada menos que 10 horas), a Câmara de Santa Helena decidiu cassar o mandato do prefeito Airton Copatti (MDB), acusado da prática de nepotismo e de conceder gratificações indevidas a servidores públicos. Com isso, o restante do mandato deverá ser cumprido pelo vice-prefeito Evandro Miguel Grade, o Zado (PDT).
Realizada nas dependências da Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santa Helena) devido à necessidade de um espaço maior, a sessão começou às 16h de ontem e só terminou pontualmente às 2h da madrugada de hoje. A cassação foi aprovada por 6 votos a 3, atingindo assim o quórum mínimo de dois terços.
Votaram a favor do prefeito os vereadores Julio Morandi (MDB), Edson Wamms (MDB) e Valdonir Weizenmann (PSL) e contra os vereadores Gesila Bortolaci (PP), Valdecir Noro (PP), Antônio Luiz Schlickmann (PSL), Tânia Maffini (PSDB), Juliana Ladeia Costa (PDT) e Paulo Júlio Vasatta (SD).
A cidade praticamente parou para acompanhar o julgamento, que tornou Copatti o primeiro prefeito cassado na história do município. O auditório da Acisa permaneceu praticamente o tempo todo lotado.
A DENÚNCIA
O afastamento de Copatti teve origem em uma denúncia do cidadão Rafael Lima alegando que o prefeito pagou gratificações a servidores concursados de forma indevida, além de criar cargos que não poderia para beneficiar alguns servidores e de nomear familiares em funções comissionadas, o que caracteriza a prática de nepotismo.
A denúncia foi apresentada também ao Ministério Público da Comarca, mas este decidiu pelo arquivamento e apenas recomendou o afastamento de alguns nomeados, o que foi feito pelo prefeito na semana passada. A Câmara, no entanto, não se deu por satisfeita com isso e decidiu afastá-lo do comando da administração.
JÚRI POPULAR
Por um bom tempo, o julgamento do prefeito Airton Copatti dividiu as atenções da população com o júri popular que condenou Janete Boeni a 22 anos de prisão. Ela era ré confessa do assassinato da irmã Ladis Boeni, professora assassinada e depois enterrada no quintal da própria casa em dezembro de 2016, em Santa Helena. (Foto: Arquivo)