PR mantém ritmo de ações para virar área livre da aftosa
Mesmo diante da grave crise sanitária causada pela pandemia de coronavírus, o Paraná mantém a programação em dia para conquistar o status de Estado Livre de Febre Aftosa Sem Vacinação. O título permitirá ao setor agropecuário paranaense ampliar mercados e impulsionar a retomada econômica pós-Covid-19.
De acordo com a Adapar (Agência de Defesa Agropecuária do Paraná), 50.739 cargas foram fiscalizadas nos 33 postos de trânsito agropecuário nas divisas com os estados de Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e São Paulo até a primeira quinzena de maio, mesmo com a confirmação da circulação do vírus no Estado.
Do total de averiguações, cerca de 20% (10.102) foram em carregamentos de animais. A medida atende a Instrução Normativa 37 da Secretaria de Defesa Agropecuária, órgão do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que determinou a proibição de ingresso e incorporação de animais vacinados contra a febre aftosa no Estado do Paraná.
Como parte do protocolo, o Paraná já foi dispensado da vacinação, que normalmente ocorria em novembro. Também por determinação do Ministério da Agricultura foi proibida a manutenção e uso de vacina em território paranaense.
PLANEJAMENTO
O secretário estadual da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, explicou que o número de fiscalizações se manteve estável mesmo nos meses de maior incidência do coronavírus no Paraná, como março e abril. "Apesar da pandemia, estamos mantendo tudo o que foi planejado com o foco daqui a um ano, na conquista deste título", disse. "É um passaporte que o Paraná terá em mãos para entrar em muitos mercados", afirmou.
Ele ressaltou que a abertura de novas frentes de negociação vai significar investimentos diretos no Estado, como a instalação e ampliação de indústrias e cooperativas. Para Ortigara, há um potencial enorme de crescimento nas cadeias de suínos, peixe, frango, leite e pecuária bovina de corte.
"O status aliado a um bom produto, estratégia comercial e preços competitivos farão toda a diferença. Sem esse título você não bate na porta dos bons mercados compradores", destacou o secretário. "E tudo isso ajudará o Paraná a se recuperar mais rapidamente deste momento econômico. O potencial é enorme", acrescentou.
Ortigara lembrou ainda que o último foco de febre aftosa no Paraná foi em 2006. De lá para cá, não houve mais circulação viral, em razão dos esforços de vários setores, entre eles o governo estadual que estruturou a Adapar para garantir o serviço de fiscalização e vigilância animal. (Foto: Gilson Abreu/AENPR)