Uma edição extra do Diário Oficial da União foi impressa às pressas e distribuída no início da tarde desta quarta-feira (29) trazendo, dentre outras publicações, documento assinado por Jair Bolsonaro anulando a nomeação do delegado Alexandre Ramagem como diretor-geral da Polícia Federal em substituição a Maurício Valeixo, principal pivô da briga entre o presidente e o ex-ministro Sergio Moro.

O novo decreto anulou também a exoneração de Ramagem como diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), indicando que ele retorna ao antigo cargo e um novo nome deve ser indicado para comandar a PF.

A reviravolta ocorreu porque pela manhã o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou a suspensão da posse de Ramagem em atendimento a uma ação movida pelo PDT sob alegação de ter havido "desvio de finalidade do ato presidencial em inobservância aos princípios constitucionais da impessoabilidade", já que Ramagem é bem ligado à família do presidente.

A ação foi baseada em acusações de Moro, que ao deixar o Ministério da Justiça declarou publicamente que Bolsonaro queria uma pessoa de seu "contato pessoal"  no comando da PF para "ligar"  e "colher informações". (Foto: Agência Senado)