Prefeitura investe R$ 4 mi em respiradores falsificados
O que se previa já está acontecendo: como desgraça pouca é bobagem, a pandemia do coronavírus vem sendo usada por verdadeiros energúmenos como estratégia para o desvio de recursos públicos. Com o advento da Covid-19, um número absurdo de cidades Brasil afora teve reconhecido o estado de calamidade pública pelas assembleias legislativas dos diferentes estados (só no Paraná são 219, quando apenas 123 têm casos confirmados), uma medida legal que dá aos gestores municipais a possibilidade de remanejar verbas e ampliar gastos em desacordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal.
O primeiro escândalo tornado público refere-se a Rondonópolis, cidade do Mato Grosso com população equivalente à de Cascavel que "torrou" R$ 4 milhões na compra de 22 respiradores mecânicos que, de tão falsificados, não despertam o interesse nem mesmo dos compradores de sucata.
O negócio foi fechado sem licitação devido à urgência no combate à pandemia (a cidade tem duas mortes e quase 200 casos de Covid-19) e está sendo investigada pela Polícia Civil, depois que a Prefeitura entrou na Justiça para tentar reaver o dinheiro.
"Aconteceu algo constrangedor", declarou o prefeito Zé do Pátio em um vídeo postado no Facebook, ressaltando que o Município fará todo o possível para recuperar o dinheiro, mas sem aventar a hipótese de que alguém de sua administração possa, eventualmente, estar envolvido no esquema.
A EMPRESA
De acordo com a Receita Federal, a empresa que vendeu os equipamentos foi criada em setembro do ano passado em Palmas, no Tocantins, tem como atividade principal o comércio varejista de cosméticos, produtos de perfumaria e higiene pessoal e está em nome de um mecânico de automóveis, provavelmente usado como"laranja"nessa história. (Foto: Divulgação PMR)