O Governo Jair Bolsonaro sofreu na manhã desta sexta-feira (24) um prejuízo para os analistas irreparável com a decisão de Sergio Moro de pedir demissão do comando do Ministério da Justiça depois que, na noite anterior, o presidente Jair Bolsonaro exonerou sem consultá-lo o delegado Maurício Leite Valeixo do comando da Polícia Federal.

"Vou procurar mais adiante um emprego. Vou descansar um pouco, porque nos últimos 22 anos de muito trabalho, em especial durante Lava Jato e nem durante o exercício do cargo de ministro tive descanso", declarou Moro em pronunciamento à imprensa, deixando claro que o objetivo do presidente da República é ingerir politicamente na corporação.

"Não me senti confortável. Tenho que preservar minha biografia", disse Moro em um pronunciamento de mais de meia nora, no qual alertou para o fato de que fato essa interferência "pode levar a relações impróprias"e que isso é coisa com a qual "eu não posso concordar".

"Não são aceitáveis indicações políticas", continuou Moro, apontando para a "violação de uma promessa que me foi feita inicialmente de que eu teria uma carta branca".

Vale lembrar que Moro caiu tanto no encanto dos brasileiros que em todas as recentes pesquisas de opinião aparecia como o único nome com o apoio popular necessário para enfrentar Jair Bolsonaro nas urnas. (Foto: José Cruz/AGBR)