Jeitinho brasileiro evita que vereadora de Foz seja cassada
Num caso clássico de fuga da responsabilidade, o Conselho de Ética da Câmara de Foz do Iguaçu aprovou hoje uma penalidade de afastamento por 30 dias da vereadora Nanci Rafagnin Andreola (PDT), que usou um atestado médico duvidoso para se ausentar da Casa por dois dias, usou esse período para curtir o Rock in Rio e ainda postou fotos de sua "turnê" nas redes sociais.
A reunião começou com a leitura do parecer do relator João Miranda e terminou com os demais relatores acompanhando o voto indicando essa penalidade. A decisão definitiva será do plenário, mas a julgar pelo resultado Nanci já se safou de perder o mandato por quebra de decoro.
A vereadora foi representada na reunião pelos advogados Carla Queiroz e Gustavo Bonini Guedes, mas apenas o segundo usou a palavra para fazer a defesa. "Tenho certeza que se alguém cometeu algo errado a respeito do atestado, essa pessoa não foi a Nanci. A confecção, fraude e crime é assunto para o Ministério Público. Uma das testemunhas chegou a dizer que não sabia o que estava fazendo aqui durante a oitiva. então estavam brincando com o Conselho de Ética. É uma brincadeira fazer a Nanci sentar aqui por uma situação muito diversa das outras. Juntamos diversas jurisprudências sobre situações muito semelhantes que pela justiça não determinou cassação de mandato", afirmou ele.
DESGASTE
"Em mais um momento essa casa passa por um desgaste da imagem. Para nós ficou uma situação bem difícil porque tivemos oitivas. Vale para cada um de nós essa lição, essa casa tem aprendido bastante. É uma situação em que todos nós choramos juntos, mas infelizmente o ser humano aprende com os erros", afirmou o vereador Celino Fertrin (PDT), colega de partido da ré e membro do Conselho.
"O que o vereador definiu em seu voto é a decisão correta. No meu entendimento, neste momento é o que é cabível por questões de provas. Há um processo também transcorrendo no Ministério Público", destacou o também vereador Elizeu Liberato (PR).
O vereador Protetor Jorge (PTB) destacou: "Façamos aquilo que entendemos que é correto". Já Marcio Rosa (PSD) comentou: "Não estamos aqui para proteger e nem para condenar pessoas. Temos de trabalhar com seriedade, compromisso e fazermos aquilo que é justo". (Foto: Assessoria)