Tiro de bazuca no pé
Tudo indica que a esquerda cascavelense deu um tiro no próprio pé (e que tiro!) ao tentar barrar a reabertura gradual do comércio local a partir de amanhã (7). Desde ontem, quando veio à tona a iniciativa de três sindicatos de servidores públicos, dois ligados à Unioeste e outro ao funcionalismo público municipal, não só a ideia em si, mas principalmente seus mentores vêm sendo alvo de duras e insistentes críticas na imprensa e nas mídias sociais. Por mais desmentidos que se faça, se tornou praticamente impossível desconstruir a ideia predominante de que a iniciativa teve um cunho muito mais eleitoreiro do que de defesa da saúde pública, posto que por trás dela estão o vereador e pré-candidato a prefeito Paulo Porto e sua esposa Lilian Porto, fortemente cotada para substituir o marido na Câmara Municipal. Para os mais críticos, o amadorismo da ação se tornou claro como a luz do sol por um detalhe que poucos conhecem: o fato de a petição ser dirigida ao Ministério Público, que costuma ser instável em situações como essa mas, em última análise, tem acompanhado paripasso e tido permanente espaço para manifestação nas reuniões do COE (Centro de Operações Emergenciais), colegiado técnico que formatou o entendimento de que o prefeito Leonaldo Paranhos deveria decretar este respiro para a economia local. Ao menos do ponto de vista estratégico-eleitoral, se houvesse como voltar no tempo, muito provavelmente Porto e seus velhos e novos companheiros repensariam essa atitude, que lhes causou um desgaste quase irreparável. E causará certamente outro muito maior caso a parcela do comércio que reabriu as portas seja obrigada a paralisar novamente suas atividades.
Desse jeito...
Depois de duas semanas de ócio plenamente justificável pelo problema do coronavírus, a Câmara de Cascavel voltou a realizar sessão nesta segunda-feira sem, digamos, represamento de boas ideias. Dos quatro projetos aprovados, dois são realmente interessantes, pois um exige da Copel que coloque ordem na bagunça que tomou conte dos postes da cidade e outro cobra dos supermercados a disponibilização de carrinhos específicos para deficientes físicos. Os outros se referem a novas e insossas homenagens. E um terceiro com esse mesmo teor só não foi aprovado por conta de um pedido de adiamento.
...não tem jeito
Por favor, não confundam essa crítica com pegação no pé dos nobres vereadores, pois se trata apenas de um tema já bastante recorrente e de domínio público para o qual esta coluna tem chamado a atenção de todos há bom tempo. Desse jeito fica difícil (e põe difícil nisso!) convencer a população de que a Câmara Municipal, cujo custo bruto para o contribuinte totalizou R$ 1,281 milhão em março passado, realmente é importante para a cidade e que os atuais vereadores são merecedores da reeleição.
Covid-19
O mapa da pandemia em Cascavel preocupa, evidentemente, mas é bem mais ameno do que foi desenhado há cerca de duas semanas. Dos 35 pacientes com testes positivos, 14 já foram dispensados até do isolamento, o que significa que estão totalmente recuperados. Segundo o balanço desta segunda-feira (6), só seis seguem internados e, destes, apenas um com quadro realmente grave. Vale lembrar que houve um óbito e ainda há outros 14 contaminados em quarentena.
* Pílulas
* Nem sempre o alto custo é garantia de qualidade de um produto ou serviço oferecido à população. * Prova disso é que o céu mal ficou carrancudo e ao menos 45 mil domicílios de Cascavel ficaram sem luz nesta segunda-feira, no horário do almoço. * O tal coronavírus, um inimigo invisível a olho nu, mas letal em muitos casos, mudou substancialmente o comportamento da turma do copo. * Por força o fechamento dos bares e, sobretudo, da ordem em casa imposta pelas patroas, o comércio de bebidas teve uma queda de 52% entre 15 e 31 de março. * Logo que assumiu, Ratinho Junior decretou o congelamento de seu próprio salário, bem como de seus secretários. * E agora, diante da pandemia de Covid-19, deve adotar uma medida ainda mais amarga, reduzindo os valores já congelados. * O ministro Paulo Guedes, por sua vez, está defendendo a tese de congelar os salários do poder público por dois anos. * Os presidentes Davi Alcolumbre (Senado) e Rodrigo Maia (Câmara), enquanto isso, seguem esparramados sobre os cofres públicos.